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Publicada em 24 de Setembro de 2024 às 16:47

Desenvolvimento dos parreirais sinaliza recuperação da safra de uva

Expectativa de produtores é de uma colheita de 600 milhões de quilos de uva na safra 2025

Expectativa de produtores é de uma colheita de 600 milhões de quilos de uva na safra 2025

AUGUSTO TOMASI/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Recém encerrada a poda nos parreirais da Serra, a brotação das videiras vem mostrando maior uniformidade na comparação com o mesmo período do ano passado. E, na entrada da primavera, a diminuição dos riscos de geada permite florescer nos viticultores gaúchos a esperança de uma safra  de uvas melhor em 2025.
Recém encerrada a poda nos parreirais da Serra, a brotação das videiras vem mostrando maior uniformidade na comparação com o mesmo período do ano passado. E, na entrada da primavera, a diminuição dos riscos de geada permite florescer nos viticultores gaúchos a esperança de uma safra  de uvas melhor em 2025.
Conforme Ricardo Pagno, coordenador da Comissão Interestadual da Uva, combinado com os indicativos climáticos para os próximos meses, com menor volume de chuvas em dezembro e janeiro, o status da cultura sinaliza possibilidade de uma colheita de 600 milhões de quilos de uvas viníferas – para produção de vinhos finos –, americanas e híbridas no próximo verão. O desempenho seria cerca de 25% superior aos 485,5 milhões de quilos obtidos na última safra, prejudicada pela precipitação em excesso na primavera e o surgimento de doenças fúngicas.
O resultado de 2024 foi 27% menor em relação à safra 2023. Mas se comparado ao que consideramos uma produção normal, de 750 milhões de quilos, a queda chegou a 36%. Temos tido muitos problemas nos últimos anos. Agora, torcemos para que não ocorra granizo e possamos ter uma safra mais próxima do normal”, observa Pagno.
O risco, porém, é justamente esse. Com menos chuva na virada do ano, as temperaturas mais altas abrem possibilidade à ocorrência de granizo, o que danifica bastante os cachos. Cerca de 90% a 95% dos parreirais são destinados à produção de vinhos, espumantes e sucos. E o custo para instalação de coberturas para proteção das plantas é alto demais. Por outro lado, 80% das parreiras com variedades para consumo in natura são cobertas.
Em 2024, conforme dados extraídos do Sistema de Declarações Vinícolas (Sisdevin) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, divulgados nesta segunda-feira (23/9), tanto as uvas americanas ou híbridas, quanto as viníferas registraram queda de 24,5% e 41%, respectivamente, no comparativo com a safra anterior.
Ainda de acordo com o levantamento, a elaboração de vinhos teve uma redução de 42%. Os vinhos de mesa (produzidos com uva americana ou híbrida) tiveram redução de 39,5%. Já nos vinhos finos, a queda foi de 51,2%.
A produção de sucos de uva em 2024 teve um aumento de 73,67%, enquanto o suco concentrado experimentou uma redução de 43,17%. E a elaboração total de base para espumante e de espumante caiu 23,12%.

Agora, com a perspectiva de um maior volume de uva, produtores e indústrias devem começar em outubro a conversar sobre preços para comercialização da safra. E o produtor tem um trunfo na mão.
“No ano passado, havia estoque de uva para produção de vinho. Agora, porém, os estoques para sucos e vinho estão zerados. Esperamos, com isso, manter os R$ 2,00 por quilo para as variedades americanas, como Bordô e Izabel”, finaliza Ricardo Pagno.

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