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Publicada em 31 de Maio de 2024 às 16:37

Suinocultura gaúcha estima perdas em pelo menos R$ 80 milhões

Pocilgas e outras estruturas foram destruídas em propriedades de produtores integrados em diversos municípios

Pocilgas e outras estruturas foram destruídas em propriedades de produtores integrados em diversos municípios

PREFEITURA TUPANDI/INSTAGRAM/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Com agências
Com agências
Com perdas ainda parciais já estimadas em R$ 80 milhões com as enchentes, a suinocultura gaúcha espera fazer dos recursos do Fundo Social, cujo escopo foi ampliado por meio da assinatura de Medida Provisória (MP) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma importante ferramenta para a retomada. A operacionalização do crédito será feita em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Pela MP, até R$ 15 bilhões poderão ser utilizados em financiamentos para empresas de todos os portes do Rio Grande do Sul.  Os recursos poderão ser utilizados em três linhas de financiamento: para compra de máquinas, equipamentos e serviços, com juros de 1% ao ano mais o spread bancário, com prazo de até 60 meses e 12 meses de carência; para financiar projetos customizados, incluindo obras de construção civil, com a mesma taxa de juros e spread e prazo de pagamento de até 120 meses com carência de 24 meses e limite por operação de R$ 300 milhões; e para ajudar no capital de giro emergencial das empresas, com custo base de 4% ao ano para micro, pequenas e médias empresas e de 6% ao ano para grandes empresas mais spread bancário. O prazo será de até 60 meses com carência de 12 meses. O limite por operação é de R$ 50 milhões para as primeiras e R$ 400 milhões para as de grande porte.

Leia mais: Suinocultura e pecuária leiteira contam perdas de genética e estrutura

Para o diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, o diálogo com a União está bem alinhado, embora ainda seja preciso azeitar a operacionalização do crédito.
"Sempre é bom lembrar que o Rio Grande do Sul enfrentou três estiagens, o que exigiu das empresas do setor o aporte de R$ 14 bilhões na compra de milho de outros estados para  alimentação dos animais, nos últimos quatro anos. E que desde setembro de 2023 já houve três fortes episódios de chuvas, com grande impacto sobre o setor. Além disso, o pós-Covid trouxe desvalorização da proteína animal no cenário internacional", disse o dirigente.
Kerber também destacou a retirada do decreto estadual que cancelava incentivos fiscais e elevava a carga tributária sobre produtos da cesta básica.
Desde o início das chuvas, há um mês, os problemas se concentram em cinco estabelecimentos localizados na Serra e nas regiões dos Vales do Taquari, Rio Pardo, Sinos e Gravataí. Todas as plantasretomaram operações, com limitantes em função de bloqueios de trânsito de diferentes naturezas. As principais perdas nas indústrias são relacionadas a estoques, embalagens, insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios.
Já no campo, pocilgas e equipamentos foram danificados, além de silos e acessos. Por conta da dificuldade no trânsito de ração, tem ocorrido restrição alimentar aos animais, o que deverá afetar o ciclo de vida. Ao todo 1,4 milhão de suínos estão alojados em propriedades integradas.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips-RS), José Roberto Goulart, porém, não é esperado impacto relacionado ao abastecimento interno ou exportações de carne suína. “A produção segue no Estado, com algumas limitações, mas 70% das plantas não tiveram impacto com a tragédia climática”.

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