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Laticínios

- Publicada em 23 de Novembro de 2023 às 17:45

Setor leiteiro define plano para ampliar competitividade e mercados

Ampliar competitividade e mercado são focos do colegiado

Ampliar competitividade e mercado são focos do colegiado


CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Identificar potenciais mercados externos e modelos de produção mais eficientes nas propriedades e também nas indústrias são alguns dos objetivos para reposicionar a cadeia leiteira dos três Estados do Sul do Brasil. O projeto foi apresentado e aprovado em reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada quarta-feira (22), na Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul).
Identificar potenciais mercados externos e modelos de produção mais eficientes nas propriedades e também nas indústrias são alguns dos objetivos para reposicionar a cadeia leiteira dos três Estados do Sul do Brasil. O projeto foi apresentado e aprovado em reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada quarta-feira (22), na Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul).
Elaborado de forma colaborativa por lideranças do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL) traz um diagnóstico das fragilidades e indica linhas e ações efetivas a serem adotadas em diferentes esferas nos próximos anos. "O leite é hoje a cadeia produtiva que tem os maiores ganhos marginais a incorporar. É um setor que tem ineficiências e no qual ações que forem feitas darão grandes resultados. Tem também potencial de movimentar a economia, gerando empregos e consumo de equipamentos e insumos", frisou no encontro o catarinense Airton Spies, que, nesta quarta-feira, entregou a presidência da ALSB ao gaúcho Rodrigo Rizzo, da Farsul.

Leia também: Indústrias de leite fazem eco a queixas de produtores

Conforme o ex-coordenador do grupo, a produção de leite no Brasil não cresce desde 2014 e isso se deve à renda da população nacional. Segundo ele, o leite brasileiro está desacoplado do mercado internacional com relação a custos, o que o torna pouco atrativo tanto na forma de commodity quanto em itens industrializados. "Conquistar competitividade global é aumentar produção e enfrentar as importações por meio de competitividade. Falamos que tem mais leite importado no Brasil, mas isso ocorre porque os lácteos brasileiros estão mais caros do que a média mundial".
Desde 2015, o número de famílias produtoras de leite no Rio Grande do Sul, por exemplo, caiu cerca de 60%, destacou Rizzo ao Jornal do Comércio. Atualmente, são 91 mil propriedades nos três Estados, entregando 300 litros de leite por dia cada uma às indústrias.
Ele destacou investimentos feitos por melhorias que elevaram os custos das indústrias e dos produtores, comprometendo o negócio em muitas delas. “As indústrias fizeram adequações e modernizaram as tecnologias, e os produtores investiram em genética, o que elevou bastante a escala. Tivemos mais produtividade, que leva a maior produção, e também conseguimos como resultado disso uma melhoria na qualidade, que já é boa. Nós somos competitivos, mas esses investimentos nos levaram, também, a buscar dinheiro, o que elevou os nossos custos de produção”.
Outro aspecto importante, conforme o novo coordenador da ALSB, é que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná não têm a mesma população para consumir o leite produzido que os Estados de Minas Gerais São Paulo e Rio de Janeiro. “Produzimos mais do que consumimos, até pela pelo nosso índice demográfico. Tivemos um período importante ao longo deste ano com uma margem (de preços) muito baixa ou até negativa. Os supermercados utilizam muito o produto leite como um chamariz. Podem perder R$ 0,15 em cada litro de leite vendido, uma vez que o consumidor circule pelas voltas gôndolas e adquira outros produtos”.
A ideia, disse Rizzo, é continuar produzindo leite de alta qualidade, com a organização da logística da cadeia, aumentando a escala de produção. “Se você aumenta a escala de produção, reduz os custos médios. É necessário melhorar o rendimento industrial. Hoje, diversas empresas coletam leite na mesma linha, e algumas até operando com a capacidade ociosa em função disso. Precisamos melhorar a logística de distribuição e a qualidade da energia elétrica. porque ela não é boa, assim como a internet” acrescentou.

Novo presidente da Aliança Láctea quer fidelizar indústrias e produtores

Renda dos consumidores em baixa e importações comprometem o setor

Renda dos consumidores em baixa e importações comprometem o setor


PEDRO REVILLION/PALÁCIO PIRATINI/ARQUIVO//JC
O novo presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), Rodrigo Rizzo, defendeu, em entrevista ao Jornal do Comércio, a fidelização das relações entre indústrias e produtores. Ele argumentou que muitos produtores trocam de empresa, muitas vezes em função de preço, mas também porque não existem contratos entre as partes. Rizzo entende que é preciso sensibilizar as indústrias e os produtores sobre a necessidade e a importância de firmarem contratos, inclusive alterando a unidade de medida dos negócios para quilos, em vez de litros, como já acontece em alguns Estados. 
“Isso, além, lógico, de mantermos essa excelente sanidade que temos no leite gaúcho, que é um dos mais testados do Brasil, um dos mais auditados do Brasil, adequando o nosso serviço de inspeção para que isso tudo continue sendo fortalecido, porque isso é muito observado pelos nossos países compradores. É preciso verificar, junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária, sobre a possibilidade de trabalharmos com o mesmo serviço de inspeção, com os mesmos quesitos que outros países que exportam, e, sobretudo os que importam, estão trabalhando".
O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apontou a importância de o produtor fazer um controle adequado da contabilidade interna da atividade na propriedade, separando animais em lactação daqueles que não estão em produção, que precisam ser vistos como investimento. Ele também reforçou a necessidade de incorporar algumas ações efetivas relacionadas ao marketing dos lácteos como forma de gerar novos hábitos de consumo, combater a desinformação e valorizar o produto.