A destruição de aviários e perda de aves nas cheias dos rios que cortam o Vale do Taquari pode ter sido um dos elementos que contribuíram para a queda das exportações gaúchas de carne de frango no mês de setembro. Conforme levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Rio Grande do Sul embarcou no período 56,2 mil toneladas - redução de 19,2% sobre o nono mês de 2022 - e ocupa o terceiro lugar no ranking nacional.
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A entidade não chega a afirmar que essa tenha sido a causa, mas, questionado pelo Jornal do Comércio, o presidente Ricardo Santin cogita que os graves eventos climáticos sucessivos que atingiram a região tenham provocado redirecionamento parcial de produtos para o mercado doméstico. O Paraná segue liderando as exportações brasileiras, com 163,4 mil toneladas embarcadas em setembro, número 8,1% superior ao registrado no mesmo período de 2022. Em seguida está Santa Catarina, com 85,8 mil toneladas (+6,2).
Conforme o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, o Vale do Taquari concentra cerca de 20% da produção de carne de frango do Estado e, embora o impacto da enxurrada não tenha se dado sobre toda a atividade local, a logística de diversas empresas foi comprometida no mês passado. "Indústrias colocaram suas estruturas em alerta, inclusive com alguma dificuldade de acesso ao porto de Rio Grande. A situação, porém, foi pontual e pode ser revertida nos próximos meses", pondera.
Em números nacionais, as exportações totalizaram 3,9 milhões de toneladas entre janeiro e setembro deste ano, número que supera em 6,5% o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 3,6 milhões de toneladas. Em receita, a alta chega a 2,8%, com US$ 7,578 bilhões nos nove primeiros meses de 2023, contra US$ 7,373 bilhões realizados nesse intervalo em 2022. Os dados fazem parte de levantamento da ABPA.
Considerando apenas o mês de setembro, os embarques chegaram a 397,1 mil toneladas, volume 0,7% menor que o efetivado no mesmo período do ano passado, com 400 mil toneladas embarcadas, de acordo com a entidade. O total de receitas registrada em setembro chegou a US$ 719,3 milhões, queda de 13,3% sobre os US$ 830,1 milhões verificados no nono mês de 2022.
“Mantido os níveis atuais, impulsionados pelas vendas para os diversos destinos do produto brasileiro, espera-se que as exportações de 2023 superem a marca de 5 milhões de toneladas”, avalia Santin.
Entre os principais destinos das exportações em setembro, destaque para China, que segue na liderança, com 57,1 mil toneladas, alta de 41,6%. Também foram destaques as vendas para os Emirados Árabes Unidos, com 35,2 mil toneladas (+19,8%), África do Sul, com 20,6 mil toneladas (+9,5%), Coreia do Sul, com 19,4 mil toneladas (+30,7%) e México, com 15,2 mil toneladas (+38,5%).
“A alta capilaridade das exportações de carne de frango do Brasil foi um dos diferenciais nas vendas deste mês, com notável elevação para China, México e nações islâmicas, incluindo o Iraque e a Líbia”, aponta o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.


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