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Proteína animal

- Publicada em 16 de Agosto de 2023 às 19:53

ABPA projeta alta na produção e exportação de carne de frango e suína

Apresentação das projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) foi realizada nesta quarta-feira

Apresentação das projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) foi realizada nesta quarta-feira


ABPA/DIVULGAÇÃO/JC
Pedro Carrizo, especial para o JC
Pedro Carrizo, especial para o JC
O ano de 2023 deve ser marcado pelo aumento da avicultura e suinocultura no Brasil, assim como uma presença internacional maior desses produtos, principalmente na China e Japão. Além disso, em razão da maior disponibilidade e maior consumo per capita no País, é esperado crescimento no consumo interno de carne de frango neste e no próximo ano, enquanto a carne suína fica estável. As projeções são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

De acordo com a entidade, a produção de carne de frango pode chegar até 14,950 milhões de toneladas em 2023, o que representa um incremento de 3% frente ao ano anterior, quando foram produzidas 14,524 milhões de toneladas. Para 2024, a expectativa é que sejam produzidos até 15,5 milhões de toneladas de frango, alta de 4,5% frente à projeção para 2023.

"A expectativa inicial era de 15 milhões de toneladas ainda para este ano, mas notamos leve perda de força produtiva, que está relacionada a uma ação preventiva das empresas frente aos novos casos de influenza aviária no Brasil. Essas ações estão relacionadas à diminuição do peso de alguns produtos e à redução no alojamento”, diz o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Até o momento, o Brasil registrou 79 casos de influenza aviária neste ano, todos em aves silvestres ou de subsistência, e não em áreas comerciais. Por isso, embora o governo japonês tenha embargado temporariamente produtos do Espírito Santo - barreira que já foi retirada - e Santa Catarina, é esperado aumento nas exportações da proteína do frango.

Pela primeira vez na história, o setor deverá superar a barreira de 5 milhões de toneladas exportadas, se confirmadas as projeções da ABPA. Neste ano, a expectativa da entidade é de embarques totais de 5,20 milhões de toneladas, volume até 8% superior aos embarques registrados em 2022, com 4,82 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul responde por 15% das exportações nacionais, atrás de Santa Catarina e Paraná.

Para 2024, a projeção de exportação sobe para 5,350 milhões de toneladas do produto, alta de 5% frente à expectativa para 2023.

"Mesmo com casos de influenza em aves silvestres no Brasil, a exportação cresce 8,2%. Esse é um dado muito positivo. A gente vê um reconhecimento dos mercados internacionais para a regionalização dos casos de influenza", apontau Santin.

Paralelamente, o consumo interno per capita de frango deve aumentar para 46 kg neste ano e subir para 47 kg no ano que vem. Já a disponibilidade vai a 9,850 milhões de toneladas neste ano, e para até 10,150 milhões de toneladas no ano que vem.

O Brasil tem 35% do market share das exportações de frango, segundo a ABPA. O principal mercado para as exportações segue sendo a China, que responde por 15% da demanda, seguido por Japão, que representa 9%.

Mercado para a carne suína está diversificado

No caso da carne suína, as projeções da ABPA apontam para a produção de 5,05 milhões de toneladas de carne suína em 2023, número até 1,5% maior que as 4,983 milhões de toneladas do ano passado.

A disponibilidade de produtos para o mercado interno deverá se manter estável em relação a 2022, com total de 3,85 milhões de toneladas. O mesmo deverá ocorrer, também, com o consumo per capita, repetindo o índice de 18 quilos.

Já a projeção para as exportações é de 1,25 milhão de toneladas, 12% maior do que os 1,12 milhão do ano passado. Entre janeiro e julho de 2023, o Rio Grande do Sul - que é o segundo estado com maior volume de exportações de carne suína - registrou um aumento de 20% nas exportações do produto, frente ao mesmo período de 2022.

Outro destaque para o Estado é que o Chile reconheceu a região como livre de febre aftosa sem vacinação. O país sul-americano responde por 7% das exportações de carne suína do Brasil. “Isso possibilita que o Rio Grande do Sul comece a vender para o Chile, mercado que era restrito a Santa Catarina”, diz Santin. Além do Chile, a República Dominicana também concedeu o mesmo reconhecimento.

O principal mercado da suinocultura nacional é a China, respondendo por 37% da demanda. No entanto, há uma diversificação maior de países compradores quando comparado com o mercado da carne de frango.

"O Brasil consegue ter uma diversificação de mercado, o que que antigamente não ocorria. Hoje nós temos Vietnã, Singapura, Argentina, Uruguai e diversos outros destinos com volume substancial para a carne suína", salienta o presidente da ABPA.