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Agro

Missão China

- Publicada em 03 de Abril de 2023 às 17:30

Avançam tratativas para Frigorífico Silva e Languiru exportarem à China

Evaldo Silva Júnior (D) e representante do governo chinês assinaram termo de intenção de cooperação estratégica

Evaldo Silva Júnior (D) e representante do governo chinês assinaram termo de intenção de cooperação estratégica


MATHEUS PRATO DA SILVA/DIVULGAÇÃO/JC
Avançaram, na China, as negociações para a habilitação das plantas frigoríficas de aves da Languiru, de Teutônia, e do Frigorífico Silva, de Santa Maria, que atua na produção de carne bovina. A informação foi obtida com exclusividade pelo Jornal do Comércio junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que representa o Governo do Estado do Rio Grande do Sul na missão brasileira àquele país.
Avançaram, na China, as negociações para a habilitação das plantas frigoríficas de aves da Languiru, de Teutônia, e do Frigorífico Silva, de Santa Maria, que atua na produção de carne bovina. A informação foi obtida com exclusividade pelo Jornal do Comércio junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que representa o Governo do Estado do Rio Grande do Sul na missão brasileira àquele país.
Comandada pelo diretor de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais da Sedec, Evaldo da Silva Júnior, a comitiva gaúcha segue em solo chinês, mesmo após o término, na semana passada, da viagem da delegação capitaneada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro. O esforço é para criar as condições ideais que permitam a confirmação da abertura desse mercado às duas empresas e também a outros quatro frigoríficos de produtos avícolas do Rio Grande do Sul que esperam pela habilitação.
A Languiru trata com cautela a possibilidade de conquistar o sonho da habilitação à China, buscado há nove anos. O presidente Dirceu Bayer disse nesta segunda-feira que não há nada definido, mas que a empresa tem em mente colocar toda sua linha de cortes naquele país. "Aquele é um mercado que remunera muito bem os nossos produtos. Penso que pelo menos 80% de nossa produção poderia ser exportada para lá", analisou o dirigente.
O titular da Sedec, Ernani Polo, ressaltou, entretanto, que o martelo ainda não foi batido e que as negociações com os chineses são complexas. Ainda assim, a expectativa é de que ambas sejam autorizadas a exportar para a China. “Conseguimos evoluir em relação a essas duas operações, mas estamos trabalhando para que todas as seis plantas sejam habilitadas. Estamos disputando mercado com outros 40 frigoríficos de todo o País, que também pretendem colocar seus produtos no mercado chinês. Por isso decidimos permanecer na China após a partida da missão ministerial”, disse Polo ao JC, acrescentando que as negociações foram feitas em conjunto com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação. 
Silva Júnior também tem a tarefa de agilizar a validação do status sanitário do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação, para incluir carne suína com osso e miúdos na lista de exportações. A condição é reconhecida há quase dois anos pela Organização Mundial de Saúde Animal, mas ainda não obteve o aval dos organismos chineses.

A comitiva busca, ainda, abrir o mercado daquele país para a produção gaúcha de noz-pecã. Com 7 mil hectares cultivados, o Estado responde por mais de 70% da safra nacional da fruta.
Até quinta-feira, quando está previsto o retorno da representação gaúcha, uma série de agendas nas cidades de Xiamen e Xangai deverá prospectar negócios e divisas para o Estado. A missão continua também para prospectar investimentos em áreas como inovação, energias renováveis e infraestrutura, entre outros. "A presença de representantes do Estado em missões internacionais sempre é muito importante, pois aproxima as relações e ajuda a construir novos caminhos”, acrescentou Ernani Polo.
O foco gaúcho na China é total na atração de investimentos estrangeiros diretos e reuniões com importadores, investidores e fundos de investimentos. “Já identificamos uma possibilidade de levar para o Rio Grande do Sul uma nova operação chinesa, mas ainda está em negociação inicial”, afirmou o diretor da Sedec, Silva Júnior.
A negociação é mantida em sigilo pelo governo gaúcho. Nem mesmo o ramo de atividade da empresa prospectada é revelado. Conforme a Sedec, o grupo estrangeiro estava considerando investir em outro estado. A oportunidade surgiu a partir dos diálogos entabulados a partir da presença do RS na viagem.


Encontro de líderes fortalece relações entre os países 
Na semana passada, ocorreu a segunda edição do Seminário Sino-Brasileiro da Cadeia de Suprimentos de Alimentos e Pecuária, promovido pela Sedec em conjunto com a Associação Chinesa de Inspeção de Admissão e Saída e Quarentena. O evento reuniu lideranças chinesas com 38 representantes de entidades brasileiras, como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), além de gestores de órgãos oficiais, como o secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana, e o diretor do Departamento de Saúde Animal, Eduardo Azevedo.
Na oportunidade, houve a assinatura de um termo de intenção de cooperação estratégica para estabelecer uma comunicação alinhada entre os dois países a fim de facilitar o entendimento das políticas regulatórias chinesas de segurança alimentar de importação. Segundo Silva Júnior, um dos itens incluídos foi a consolidação normativa para o registro de empresas de importação de alimentos e o acesso ao mercado chinês. “Muitas empresas salientam que esse é um aspecto que interfere no andamento dos trâmites legais, pela ausência de informações e por alterações frequentes na documentação exigida”, finalizou.