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INOVAÇÃO

- Publicada em 14 de Março de 2023 às 18:43

Startup gaúcha cria algoritmo para otimizar tomada de decisão no plantio

Conectfarm analisa dados da propriedade, identifica e orienta o cultivo em campo

Conectfarm analisa dados da propriedade, identifica e orienta o cultivo em campo


ConnectFARM/Divulgação/JC
Um algoritmo criado pela startup gaúcha ConnectFARM está ajudando os produtores rurais a obterem melhores resultados em suas lavouras de soja mesmo em períodos de dificuldades climáticas. A partir da análise de dados da propriedade, a empresa identifica e orienta para o cultivo de determinados cultivares, buscando a melhor produtividade, conforme as condições do solo e das previsões de índices de precipitação. Os resultados, desde que seguidas à risca as indicações, podem elevar em até 35% a produtividade.O percentual varia conforme o nível de comprometimento do produtor e, claro, da confirmação dos prognósticos de chuva. “Se não chover, não tem mágica. É um limitador, porque a planta obrigatoriamente precisa de água em determinados momentos”, explica o agrônomo Rodrigo Alff, diretor comercial da empresa.A avaliação do ambiente e a escolha de variedades de sementes mais adequadas para cada momento é uma prática já incorporada às lavouras. Mas o “pulo do gato” da ConnectFARM está no número de variáveis consideradas pelo algoritmo desenvolvido para apontar com mais precisão a opção certa em cada fração do terreno.“Nosso sistema considera 72 variáveis para dar uma nota a cada pedaço de terra do talhão analisado. Usamos imagens de satélite com os resultados de colheitas anteriores para identificar as áreas de melhor produtividade. Depois disso, fazemos a análise do DNA do solo, por meio da ConnectBIO - braço da empresa que traz soluções em biotecnologia - e das tendências climáticas para o período e a região. Tudo isso é lançado em nosso sistema. A partir disso, podemos indicar variedades mais ou menos precoces, que têm diferentes necessidades hídricas”, explica Alff.Cultivares mais precoces, de ciclo mais curto, irão precisar de uma quantidade maior de água. Então não serão as mais adequadas para períodos e áreas onde houver perspectiva de estiagem, por exemplo. Além do mais, é preciso considerar o manejo da cultura como um todo. Se não houver chuva, também não haverá fungos. Então não há por que aplicar fungicidas, por exemplo. São detalhes que, ao longo do processo, irão gerar economia e mitigar os prejuízos, se houver.Para aferir os resultados, a empresa faz um cálculo de eficiência agronômica, que nada mais é do que a conversão de cada milímetro de chuva em grão. Um produtor com bom rendimento alcança de sete a oito quilos de grãos de soja por milímetro de precipitação, diz o agrônomo. Com a intervenção, análise e orientação da ConnectFARM, é possível obter até 12 quilos de soja por milímetro. Mas é preciso que o cliente acolha nossa proposta, confie, siga as orientações e, claro, que chova.
Um algoritmo criado pela startup gaúcha ConnectFARM está ajudando os produtores rurais a obterem melhores resultados em suas lavouras de soja mesmo em períodos de dificuldades climáticas. A partir da análise de dados da propriedade, a empresa identifica e orienta para o cultivo de determinados cultivares, buscando a melhor produtividade, conforme as condições do solo e das previsões de índices de precipitação. Os resultados, desde que seguidas à risca as indicações, podem elevar em até 35% a produtividade.

O percentual varia conforme o nível de comprometimento do produtor e, claro, da confirmação dos prognósticos de chuva. “Se não chover, não tem mágica. É um limitador, porque a planta obrigatoriamente precisa de água em determinados momentos”, explica o agrônomo Rodrigo Alff, diretor comercial da empresa.

A avaliação do ambiente e a escolha de variedades de sementes mais adequadas para cada momento é uma prática já incorporada às lavouras. Mas o “pulo do gato” da ConnectFARM está no número de variáveis consideradas pelo algoritmo desenvolvido para apontar com mais precisão a opção certa em cada fração do terreno.

“Nosso sistema considera 72 variáveis para dar uma nota a cada pedaço de terra do talhão analisado. Usamos imagens de satélite com os resultados de colheitas anteriores para identificar as áreas de melhor produtividade. Depois disso, fazemos a análise do DNA do solo, por meio da ConnectBIO - braço da empresa que traz soluções em biotecnologia - e das tendências climáticas para o período e a região. Tudo isso é lançado em nosso sistema. A partir disso, podemos indicar variedades mais ou menos precoces, que têm diferentes necessidades hídricas”, explica Alff.

Cultivares mais precoces, de ciclo mais curto, irão precisar de uma quantidade maior de água. Então não serão as mais adequadas para períodos e áreas onde houver perspectiva de estiagem, por exemplo. Além do mais, é preciso considerar o manejo da cultura como um todo. Se não houver chuva, também não haverá fungos. Então não há por que aplicar fungicidas, por exemplo. São detalhes que, ao longo do processo, irão gerar economia e mitigar os prejuízos, se houver.

Para aferir os resultados, a empresa faz um cálculo de eficiência agronômica, que nada mais é do que a conversão de cada milímetro de chuva em grão. Um produtor com bom rendimento alcança de sete a oito quilos de grãos de soja por milímetro de precipitação, diz o agrônomo. Com a intervenção, análise e orientação da ConnectFARM, é possível obter até 12 quilos de soja por milímetro. Mas é preciso que o cliente acolha nossa proposta, confie, siga as orientações e, claro, que chova.

Resultado de forma mais rápida

O foco da empresa são clientes com perfil médio de tecnificação nas propriedades, com rendimento entre 60 e 70 sacas de 60 quilos de soja por hectare. É nesses que a ConnectFARM consegue fazer a diferença de forma mais rápida. Nos mais eficientes, o percentual de ganho é menor, pois já estão no topo do uso das tecnologias, e a margem de evolução é pequena.

“Por outro lado, produtores com rentabilidade menor precisariam antes passar por uma reestruturação da propriedade. Os resultados demorariam mais a aparecer. Embora também atuemos para dar essa nova cara aos empreendimentos que nos pedem ajuda”, acrescenta o diretor comercial da ConnectFARM.

Com 1,3 mil hectares de terra, sendo 820 dedicados à lavoura no município de Boa Vista do Cadeado, no noroeste gaúcho, a Fazenda Bela Vista é o retrato da eficiência nas intervenções da empresa. Com nível intermediário de tecnificação, Emerson Schaedler planta milho, soja e faz uso da integração lavoura-pecuária.

Com um olhar sempre voltado para o futuro, ele já tem todo o planejamento do ano de 2024 desenhado. Mas nesta safra, o apoio da ConnectFARM, de quem já é cliente há três anos, foi fundamental. Considerando a previsão de mais uma estiagem, ele optou por cultivares de soja com ciclos mais longos, fez uma distribuição adequada da população de plantas para não sofrer tanto com a falta de água e racionalizou o uso dos insumos.

“A parceria foi um divisor de águas. Com os dados obtidos pela coleta de solo baseado em ambientes de produção e compilando essas informações com muita segurança, conseguimos agregar já no primeiro ano da assessoria 10 sacas de soja a mais por hectare. Otro fator muito importante é a ajuda que a empresa nos dá na escolha do cultivar a ser plantado, ainda mais nesses dois anos de estiagem”, conta Schaedler.

“A receita que damos é estruturar os planos, com olhar a médio e longo prazo. Assim é possível estar preparado para obter os melhores resultados com base no que vem pela frente e evitar danos maiores quando as perdas forem inevitáveis”, conclui Rodrigo Alff.