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Olivicultura

- Publicada em 03 de Fevereiro de 2023 às 17:40

RS desponta na produção de azeite extravirgem

Os olivais da Prosperato renderam 700 toneladas em 2022, com produção de 70 mil litros no lagar

Os olivais da Prosperato renderam 700 toneladas em 2022, com produção de 70 mil litros no lagar


/PROSPERATO/DIVULGAÇÃO/JC
Maior produtor de azeite do Brasil, o Rio Grande do Sul vem se notabilizando também por abrigar olivais e lagares reconhecidos internacionalmente pela qualidade de seus produtos extravirgens. Não por acaso, todas as quatro empresas brasileiras do setor incluídas na lista das 100 melhores no Ranking Mundial de Azeite de Oliva Extravirgem (Evoo World Ranking) em 2022 têm sede em solo gaúcho.
Maior produtor de azeite do Brasil, o Rio Grande do Sul vem se notabilizando também por abrigar olivais e lagares reconhecidos internacionalmente pela qualidade de seus produtos extravirgens. Não por acaso, todas as quatro empresas brasileiras do setor incluídas na lista das 100 melhores no Ranking Mundial de Azeite de Oliva Extravirgem (Evoo World Ranking) em 2022 têm sede em solo gaúcho.
O clima favorável e muita pesquisa por parte das empresas colocam o Estado em um patamar diferenciado em relação a outras unidades produtoras, como Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná. São mais de 320 negócios, com cerca de 6 mil hectares destinados à atividade que vem crescendo desde a primeira década do milênio, mas que ganhou ainda mais força nos últimos 10 anos.
Líder em premiações no Brasil no ano passado, a Prosperato, com sede em Barra do Ribeiro e áreas também em Caçapava do Sul, Sentinela do Sul e São Sepé, ficou na 22ª posição no ranking por empresas e ainda emplacou o 10º lugar entre os melhores azeites extravirgens condimentados. O projeto iniciado em 2011 colocou a primeira marca no mercado dois anos depois.
"Mantemos dezenas de variedades em pesquisa para poder desenvolver nas nossas áreas as com maior potencial. Hoje contamos com 11 tipos de azeite extravirgem, sendo um blend, seis monovarietais e quatro condimentados. Temos a maior variedade de azeites do Brasil", diz Rafael Marchetti, diretor da Prosperato.
Com uma colheita de 700 toneladas de azeitonas no ano passado, a empresa produziu cerca de 70 mil litros em seu lagar. A Prosperato também processou em torno de 400 toneladas de outros produtores, que geraram 50 mil litros.
"Para 2023, acreditamos em uma safra de 500 toneladas, já que viemos de uma produção recorde no País no ano passado, o que costuma reduzir a produtividade no ano seguinte. Mas como a estiagem favorece a cultura, a tendência é de produzirmos azeites mais marcados, contrastando com a maior suavidade dos produzidos em outras regiões", completa Marchetti.
Presença constante em alguns dos mais importantes circuitos internacionais, a Estância das Oliveiras, de Viamão, também reforçou o DNA gaúcho no ranking anual da Evoo. Com um processo de produção meticulosamente conduzido em cada etapa, desde a plantação até a rotulagem, a empresa conquistou o 59º lugar.
"Ser eleito uma das principais e melhores agroindústrias de azeite de oliva do mundo é um reconhecimento do trabalho realizado por uma empresa familiar do sul do Brasil que preza pelo produto de qualidade entregue após anos de intenso estudo e pesquisa. Nossa produção aumentou 300% em 2022 comparado ao ano anterior, atingindo mais de 4 mil litros de azeite de oliva extravirgem. É uma grande satisfação sabermos do impacto que nosso produto e nossa produção têm no mundo e um orgulho para os gaúchos de poderem desfrutar de um dos melhores azeites de oliva do mundo", avalia André Goelzer, sócio-diretor e mestre de Lagar da Estância das Oliveiras.
No ano passado, a Estância foi premiada em alguns dos principais concursos mundiais de Azeites nos Estados Unidos e na Itália e em Israel e teve um de seus rótulos eleito entre os 10 melhores do mundo e melhor azeite brasileiro no Concurso Mundial de Azeites TerraOlivo, também em Israel.
 

Abertura da Colheita da Oliva será no dia 9

A 11ª Abertura da Colheita da Oliva ocorrerá no dia 9 de fevereiro, na sede da Biome Pampa, em Encruzilhada do Sul (RS). O evento contará com estações técnicas e mostras de produtos da olivicultura e coloniais da região. 
Neste ano, segundo o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, alguns olivais da região têm pontualmente dificuldades nos pomares mais jovens em que as árvores ainda não estão adultas e necessitam de irrigação para driblar os efeitos da estiagem.
O dirigente ressalta que mesmo que haja alguma quebra em algum pomar, outras árvores deverão apresentar crescimento se tornando adultas este ano e terão uma produção que compensará.

Atestado de qualidade é chamariz para consumidores

De Cachoeira do Sul, o Lagar H vem, desde 2021, abrindo espaço no mercado de azeites extravirgens. A produção 100% gaúcha desembarca em São Paulo, onde a empresa mantém seu Centro de Distribuição. Com 180 hectares de oliveiras em produção, um crescimento de 150% sobre a área inicial, de 2014, o foco é educar o consumidor brasileiro para abrir mercados dentro do País. "Internacionalizar a marca é um dos objetivos, mas entendemos que o Brasil é um mercado muito bom. Nosso planejamento está andando, no ritmo certo, com conhecimento e segurança", diz Glenda Haas, CEO da empresa, gaúcha de nascimento, mas radicada em São Paulo.
Segundo ela, as premiações alcançadas nos diferentes concursos ao redor do mundo - o Lagar H ficou em 65º no Evoo - são um atestado de qualidade que ajuda a atrair consumidores na disputa com produtos importados.
"Os azeites brasileiros conquistam muitos prêmios porque têm muita qualidade. Ainda assim, dos 100 milhões de litros consumidos no País, apenas 600 mil são produzidos aqui", observa. Conforme a empresária, um importante desafio a ser vencido é educar consumidores e clientes intermediários, mostrando a competitividade do azeite extravirgem brasileiro ante os importados.
'As premiações não são tudo, porque temos consciência dos produtos que estamos desenvolvendo. Então, mantemos nossa filosofia independente disso. Mas o prêmio ajuda a quebrar a desconfiança do consumidor, a mostrar que podemos competir com produtos de fora". A empresa, que produziu 225 mil quilos de azeitonas e 25 mil litros de azeite extravirgem em 2022, projeta uma queda de até 50% neste ano.
O projeto da Verde Louro Azeites, de Canguçu, 91ª colocada no ranking, começou em 2011, em uma área de 50 hectares. Hoje já são 250 hectares, metade deles em produção, em uma área de 1,2 mil hectares. Nos diferentes microclimas dentro da mesma fazenda, a empresa encontra o ambiente perfeito para trabalhar as sete variedades que coloca no mercado nacional. Do total, 60% é comercializado no Rio Grande do Sul, conta o administrador Romário Ribeiro da Silva. "Desde 2016 enviamos nossos produtos para avaliação no Exterior, e isso nos coloca em evidência na hora de o consumidor escolher o que vai levar para casa. Claro que, se participássemos de um número maior de concursos, nossa posição poderia ser melhor. Mas o ranking é uma referência, não um fim".
Com uma produção ainda pequena e variante de ano a ano - o pico foi de 29 mil litros em 2019, e no ano passado ficou em 19 mil litros -, nas variedades Arbequina, Koroneiki, Arbosana, Frantoio, Picual, Coratina e Manzanilla, a Verde Louro concentra suas atenções no mercado nacional. Para 2024, a ideia é abrir uma área de suas estruturas para visitação pública, mostrando as etapas de produção e, claro, com pontos de venda direta.
Esse mercado está mesmo em franca expansão e consolidação. Segundo dados do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), em 2022 foram produzidos 448,5 mil litros de azeite no Estado. Um crescimento de quase 800% em cinco anos. Em 2017, foram fabricados 57.873 mil litros. Sinal de que o potencial é grande, e o investimento também.