Em visita ao secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, nesta sexta-feira, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, e a equipe de assessoria de Política Agrícola da entidade levaram uma pauta ampla ligada à estiagem que atinge o Estado mais uma vez. Entre as medidas mais urgentes estão a abertura de edital suplementar do Programa Forrageiras, cujo último cadastramento encerrou-se em 5 de dezembro, quando a estiagem ainda não era um problema real. A ideia é atender as famílias afetadas pelas perdas sofridas com a seca, uma vez que o último findou em 05 de dezembro de 2022.
“É um programa importante, em que cada produtor pode solicitar até R$ 600,00 junto ao sindicato ou cooperativa a que está vinculado para compra de sementes forrageiras, com 30% de subsídio. Mas precisa ser desburocratizado para facilitar e agilizar sua operacionalização na ponta”, disse Silva ao Jornal do Comércio.
Já o programa Troca-Troca de Sementes, que conforme o dirigente também precisa ser reformulado, deverá ser reaberto. Outro tema vital tratado no encontro foi a necessidade de adoção de medidas para assegurar o abastecimento de água destinada ao consumo humano e animal. Silva observa que o governo deu um passo importante no ano passado, com a liberação de recursos para o Programa Avançar. Mas considera que o repasse não deve ocorrer por meio das prefeituras.
“Seria melhor que o Executivo subsidiasse uma parte do valor necessário para a construção de açudes nas propriedades e que o próprio produtor fosse ao mercado em busca de crédito para a obra, assim como já o faz para a compra de maquinário, por exemplo. Mais uma vez, é preciso reduzir a burocracia”.
As demandas serão levadas ao fórum pelo secretário Santini, para que sejam analisadas e avaliadas pelo grupo.
Em outra frente, o dirigente da Fetag busca uma agenda com o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes. E a pauta é justamente a questão da irrigação para as lavouras, tema antigo que segue em discussão mas que ainda não teve solução.
“O relato que temos das 23 coordenadorias regionais da Fetag são de uma situação mais tranquila nas regiões do Litoral, Serra, Passo Fundo, Frederico Westphalen e Três Passos. Já nos vales do Caí, do Taquari e do Rio Pardo, falta chuva, mas os prejuízos não são tão fortes. Mas na área central do Rio Grande do Sul, em Ijuí, nas Missões, na Fronteira Oeste e Zona sul, está terrível. Poços artesianos com mais de 300 metros de profundidade secaram. Santa Maria tem mais de 300 pequenas propriedades rurais sem água”, observou Silva.