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Clima

- Publicada em 29 de Dezembro de 2021 às 17:42

Seca faz 76 municípios decretarem emergência no RS

Falta de chuvas já causou prejuízos irreversíveis na cultura do milho, principalmente na Metade Norte

Falta de chuvas já causou prejuízos irreversíveis na cultura do milho, principalmente na Metade Norte


Mairo Piovesan/Emater/JC
Até esta quarta-feira (29), 76 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por conta dos prejuízos ocasionados pela falta de chuva, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do Estado. Segundo a Emater, a seca já causou prejuízos irreversíveis na cultura do milho, principalmente na Metade Norte do Rio Grande do Sul, onde as perdas já são superiores a 70% em municípios como Não-Me-Toque, Carazinho, Casca e Marau. No caso da soja, o plantio foi atrasado em várias áreas devido à falta de umidade do solo, e a cultura demonstra sinais de perda de potencial produtivo nas regiões com maior déficit hídrico.
Até esta quarta-feira (29), 76 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por conta dos prejuízos ocasionados pela falta de chuva, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do Estado. Segundo a Emater, a seca já causou prejuízos irreversíveis na cultura do milho, principalmente na Metade Norte do Rio Grande do Sul, onde as perdas já são superiores a 70% em municípios como Não-Me-Toque, Carazinho, Casca e Marau. No caso da soja, o plantio foi atrasado em várias áreas devido à falta de umidade do solo, e a cultura demonstra sinais de perda de potencial produtivo nas regiões com maior déficit hídrico.
A meteorologista Jossana Ceolin Cera, consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), destacou em texto divulgado nesta quarta-feira que a safra 2021/2022 está sendo marcada pela presença da La Niña, pelo segundo ano consecutivo. Geralmente, a La Niña traz períodos de estiagem ao Rio Grande do SuL, principalmente no período da primavera. E é exatamente o que está ocorrendo nesta safra.
“Aliás, em termos de estiagem e déficit de precipitação, esta é a terceira safra consecutiva, pois mesmo a safra 2019/2020 ter sido de neutralidade, observou-se um período de estiagem muito intenso durante aquele verão. E isto tudo possui reflexos na agricultura do RS, pois são praticamente três anos em que os nossos solos não recebem o volume de chuvas adequado para repor os lençóis freáticos, rios e reservatórios’, afirma a especialista.
As consequências disso, na safra 2021/2022 são as perdas, já irreversíveis, na maioria das lavouras de milho. Nas lavouras de soja, muitas já foram ressemeadas, na esperança das chuvas, e outras ainda nem foram semeadas. No caso das lavouras de arroz, o que preocupa é o nível dos reservatórios, que estão baixando rapidamente, devido à elevada demanda por irrigação das lavouras e, também, devido às altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos, que fazem aumentar a evaporação da água.
Segundo Jossana, com relação às previsões, estas não são muito animadoras, pois, devido à La Niña, os modelos indicam que as chuvas devam ser abaixo da média nos próximos três meses. A exceção, e também esperança, é o mês de janeiro, em que alguns modelos sinalizam melhora nos volumes de precipitação. No entanto, até o dia 13 de janeiro, há previsão de chuvas para os dias 2, 3, 4 e 12, mas elas serão em baixo volume e mal distribuídas entre as regiões do Estado. “A expectativa de bons volumes de precipitação fica para a segunda quinzena do mês de janeiro. Em fevereiro e março, os modelos preveem que as chuvas irão ficar abaixo da média novamente”, destaca.

Governo do Estado fará reunião para alinhar ações de combate à estiagem

Na próxima segunda-feira (3), às 14h, na sede da Defesa Civil do Estado, a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Silvana Covatti, se reúne com a Defesa Civil e a Emater para alinhar as ações de combate à estiagem no Rio Grande do Sul.
De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria, Erli Teixeira, “entre as ações já em andamento neste momento estão a solicitação para que a Emater priorize a verificação dos laudos do Proagro solicitados pelos produtores, auxilie as prefeituras nos decretos de situação de emergência e que apresente um levantamento das perdas com a estiagem”.
“A Secretaria tem realizado diversas ações desde 2019 para mitigar os efeitos da estiagem, como a construção de poços e açudes para reservação de água e orientações sobre a conservação do solo, entre outros. Mas precisamos avançar mais. E estamos à disposição do produtor para ouvir, orientar, naquilo que for necessário”, destaca Teixeira
Na pauta do encontro também estará em discussão algumas propostas como a possibilidade de anistia dos valores devidos ao Programa Troca-Troca de Sementes de Milho e Sorgo, executado pela SEAPDR, e possíveis ações do programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural já para o início do ano que vem, quando o orçamento estiver disponível