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eleições 2022

- Publicada em 03 de Junho de 2022 às 03:00

PSDB espera acertos estaduais para chancelar Simone Tebet; Eduardo Leite pode definir impasse

Líder nacional dos tucanos, Araújo pede apoio regional como contrapartida

Líder nacional dos tucanos, Araújo pede apoio regional como contrapartida


/REPRODUÇÃO/JC
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, aguarda o desfecho de acordos regionais com o MDB para marcar uma nova reunião da executiva do partido, com o objetivo de selar o apoio dos tucanos à pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS). A apuração é da Folhapress.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, aguarda o desfecho de acordos regionais com o MDB para marcar uma nova reunião da executiva do partido, com o objetivo de selar o apoio dos tucanos à pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS). A apuração é da Folhapress.
A direção do PSDB exigiu o apoio dos emedebistas em Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul para garantir a aliança com a senadora. Mas, segundo integrantes das cúpulas do PSDB e do MDB, os dois primeiros estados não representam grandes entraves e o empecilho está no Rio Grande do Sul. "A bola está com o MDB", disse Araújo à reportagem.
A reunião da executiva tucana ocorreria na semana em que João Doria abriu mão de disputar a Presidência - ele desistiu em 23 de maio. Ela foi remarcada para aguardar acordos com emedebistas e para evitar dar palanque à ala tucana que resiste a apoiar Simone Tebet, capitaneada pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
Diante disso, Tebet resolveu tomar pelas mãos as articulações e pretende iniciar as conversas pelo Sul, onde tem boa relação com emedebistas históricos da região.
Ela viajou, nesta quinta-feira, a Porto Alegre para agenda oficial de pré-campanha. Ao mesmo tempo, vai tentar construir um palanque regional e assim destravar o acordo que pode garantir o apoio do PSDB para a sua pré-candidatura. A direção emedebista tem pressa para resolver o palanque no Rio Grande do Sul e fechar o acordo com o PSDB. Figuras antigas do MDB gaúcho, porém, resistem a apoiar os tucanos automaticamente e avaliam que o caso pode se arrastar até julho, perto do início das convenções partidárias.
O plano A de Araújo é que Eduardo Leite (PSDB) tope ser candidato ao governo gaúcho e que o MDB abra mão da candidatura do deputado estadual Gabriel Souza, para que ele seja vice na chapa.
Segundo Araújo tem dito a aliados, Leite está em processo de decisão, mas está propenso a aceitar se o MDB ceder e ficar com a vice.
Oficialmente, a viagem ao Rio Grande do Sul foi destinada a discutir a elaboração do plano de governo com a equipe que auxiliar a senadora, coordenada pelo ex-governador gaúcho Germano Rigotto, do MDB. "Simone vem ao Rio Grande do Sul em cima de um trabalho que estamos fazendo, uma imersão com a equipe que cuida do plano de governo, que estou coordenando", afirmou Rigotto.
Disse também: "Então, na verdade, se ela tiver algum contato com relação à questão do PSDB, ela pode até ter. Mas a razão da vinda dela para o Estado não é essa".
A ideia é que o plano de governo receba contribuições de partidos parceiros, como o Cidadania e o PSDB, caso a aliança com os tucanos se consolide.
Interlocutores na cúpula do MDB gaúcho, no entanto, apontam que a senadora deve tratar da aliança com caciques emedebistas e também com representantes tucanos. Ela tem bom trânsito com Leite, com quem já trocou elogios. Além do mais, o ex-governador gaúcho foi cotado para ser vice de Simone Tebet na sua chapa ao Planalto.
 

Posição de Eduardo Leite deve dissolver impasse

Após deixar o governo estadual para tentar se viabilizar pré-candidato ao Planalto, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) vem sendo considerado como uma incógnita. Eventual candidatura ao governo poderia abrir margem para que Gabriel Souza, pré-candidato do MDB, abandone seu pleito e aceite compor a chapa como vice.
O ex-governador esteve em Brasília nesta quarta-feira e se encontrou com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e com Simone Tebet. Tasso é um dos principais cotados para vice na chapa nacional encabeçada pela senadora emedebista.
Embora não confirme publicamente, Leite sinalizou em conversas que topa se candidatar à reeleição no Estado. "Vim a Brasília para conversar com nossos dirigentes do PSDB para ajudar na reflexão e encaminhamento do processo nacional e, também, para apresentar o quadro do RS, sobre o qual estou mais focado", disse à reportagem.
As conversas, disse, seriam para "ajudar na tomada de decisão, mas sem encaminhamentos formais ainda". Caso Leite desista, o nome tucano deverá ser o atual governador Ranolfo Vieira Júnior. Lideranças emedebistas no Estado afirmam que seria inviável uma aliança nesse cenário, pois o partido estaria abrindo mão da cabeça de chapa para um candidato sem a expressão de Leite e não muito distante nas pesquisas de intenção de votos.
Independentemente de quem seja o nome tucano, a hipótese de desistir de uma candidatura ao governo enfrenta a oposição de líderes emedebistas, em particular entre os mais tradicionais. Eles lembram que o MDB tem tradição no Rio Grande do Sul, elegendo 4 dos últimos 10 governadores.
Os mais pragmáticos, por sua vez, afirmam ser possível uma construção com o PSDB. Eles pontuam, no entanto, que a questão não deve se resolver com poucas reuniões e que podem ser necessários até 30 dias de conversas.