No meio da tarde desta segunda-feira (23), horas após o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB)
anunciar oficialmente a retirada de sua pré-candidatura à Presidência da República, após ampla pressão interna dos tucanos para que aceitasse esse desfecho, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) se pronunciou a respeito. Por meio de postagem no Twitter, disse que o gesto do colega 'merece respeito', e abre caminho para a consolidação de uma candidatura de terceira via.
Leite, mais uma vez, reconheceu a legitimidade da candidatura de Doria, avalizada pelas prévias tucanas, e avaliou a conduta do paulista como um 'gesto pela unificação da terceira via sob liderança de outro partido'.
"Gesto importante de João Doria Júnior, que merece respeito. As circunstâncias adversas de uma eleição não diminuem a relevância do seu legado para o Brasil", afirmou o gaúcho.
Apesar de ter vencido as prévias do partido, Doria vinha enfrentando resistência para alavancar a candidatura, inclusive com baixo potencial eleitoral e alta rejeição nas pesquisas. Diante disso, uma ala tucana tentou emplacar Leite - que renunciou ao Palácio Piratini em 31 de março, em 'nome de um projeto nacional' - na corrida presidencial, mas também não obteve sucesso.
Em sua manifestação, ele admitiu que não era o candidato desejado pelo seu partido. "Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou o nome da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida", disse.
Doria afirmou ainda que se retira da disputa 'com o coração ferido, mas com a alma leve', deixando o caminho livre para a escolha dos tucanos. "O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano", declarou.
Para setores do PSDB, a retirada do paulista fortalece o nome de Leite para uma composição com Simone Tebet. O gaúcho, que desde o final de abril retomou as agendas pelo interior do Estado, também pode migrar para nova eleição ao Piratini, apesar das insistentes falas contra a reeleição ao Executivo estadual. Um movimento dele sobre o rumo eleitoral é aguardado pelos tucanos até o final do mês.