Um dia depois de suspender a cerimônia de filiação ao Partido Liberal (PL), o presidente Jair Bolsonaro disse que existe a possibilidade de ingressar em outro partido do Centrão. Bolsonaro relatou manter ainda conversas paralelas e que segue vivo o interesse do Progressistas e do Republicanos em filiá-lo.
O presidente indicou estar disposto a esperar "pouquíssimas semanas" para concluir as negociações com o PL, comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado e preso no mensalão. "Eu tenho um limite. Espero, em pouquíssimas semanas, duas ou três no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas acho que tem tudo para a gente se casar e ser feliz", disse o presidente, durante entrevista na Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo ele, a conclusão das conversas somente irá acontecer se o PL desistir de apoiar adversários políticos dele, principalmente os da esquerda, e de participar de palanques estaduais que possam beneficiar rivais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e João Doria (PSDB).
"Nosso partido não pode estar flertando com a esquerda num ou outro Estado, se resolvermos isso aí eu assino essa filiação que me satisfaz e satisfaz em grande parte o nosso eleitorado, que quer a continuidade da minha política", afirmou.
Bolsonaro admitiu ter conversado nos últimos dias sobre o assunto com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), das Comunicações, Fábio Faria (PSD), e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Os principais entraves nas conversas são as composições políticas do PL nos Estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Piauí.