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Política

- Publicada em 23 de Setembro de 2021 às 15:37

Prevent Senior se consagrou com planos acessíveis a idosos e tinha lucros crescentes antes da Covid

A empresa apostou exatamente no público do qual a maioria dos planos quer distância por causa dos altos custos envolvidos

A empresa apostou exatamente no público do qual a maioria dos planos quer distância por causa dos altos custos envolvidos


Prevent Senior/Divulgação/JC
Alvo de uma série de denúncias que a levaram à CPI da Covid, a operadora Prevent Senior se consagrou no mercado de assistência médica nas últimas duas décadas com um modelo de planos de saúde mais acessíveis aos mais velhos.
Alvo de uma série de denúncias que a levaram à CPI da Covid, a operadora Prevent Senior se consagrou no mercado de assistência médica nas últimas duas décadas com um modelo de planos de saúde mais acessíveis aos mais velhos.
A empresa, assim, apostou exatamente no público do qual a maioria dos planos quer distância por causa dos altos custos envolvidos.
No ano passado, seu público principal tornou-se também o alvo mais vulnerável ao coronavírus. Quando a Covid chegou ao Brasil, os casos começaram a pipocar sob os braços da Prevent, a ponto de a operadora registrar 5 das 7 primeiras mortes pela doença no país.
O impacto das mortes no ano passado, porém, seria pouco se comparado aos ataques que a operadora passou a sofrer nos últimos dias. Médicos e ex-médicos da Prevent Senior elaboraram um dossiê com denúncias contra a empresa, acusada de usar pacientes como cobaias de medicamentos sem eficácia comprovada e de cometer fraude em atestados de óbito.
Além das denúncias dos médicos, a Prevent Senior também foi investigada por supostamente omitir casos confirmados da Covid-19, atuar com hospitais superlotados, ter insuficiência de funcionários e desorganização no fluxo hospitalar.
A pandemia veio abalar uma fase de forte crescimento da Prevent Senior. Em cinco anos, a empresa viu seu faturamento saltar de R$ 1 bilhão em 2014 para R$ 3,5 bilhões em 2019. No mesmo período, o lucro passou de R$ 56 milhões para perto de R$ 410 milhões. Isso com uma carteira de 456 mil beneficiários, a maioria (346 mil) com 61 anos ou mais.
Fundada há 24 anos na Mooca (zona leste de São Paulo) pelos irmãos Eduardo e Fernando Parrillo, a operadora construiu a maior rede hospitalar da cidade, com oito hospitais próprios (Sancta Maggiore) e quatro pronto-atendimentos, além de uma rede de medicina avançada e diagnóstica e núcleos de especialidades.
A operadora tem mensalidades na média de R$ 800, e todos os contratos são individuais, outra raridade no setor suplementar, em que 80% do mercado está ancorado nos contratos empresariais ou coletivos.
Os reajustes anuais também costumam ficar abaixo da média dos concorrentes. Em 2018, por exemplo, a Prevent Senior aplicou menos da metade do aumento definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) - 6,5%, ante um reajuste permitido de 13,5%. Entre os planos coletivos, o aumento chegou a 20%.
A taxa de sinistralidade da empresa (relação entre quanto a empresa recebe e quanto ela gasta com serviços de saúde) é de 68%, uma das menores do mercado de saúde suplementar.
Especialistas do setor avaliam que uma das hipóteses para o sucesso do negócio da Prevent Senior foi apostar em investimentos na promoção de saúde e prevenção dos beneficiários. Ou seja, a empresa apostava em evitar que a doença ocorra ou se agrave, reduzindo com isso a internação de pacientes - um dos itens que mais pesam nas contas das operadoras.
Coincidência ou não, a promessa do do chamado 'kit Covid', usado pela Prevent, sempre foi a de impedir o desenvolvimento da doença - e até por isso passou a ser conhecido como tratamento precoce. Inúmeros estudos em todo o mundo, porém, mostraram que o kit não funciona.
Segundo um dossiê assinado por 15 médicos, profissionais eram coagidos a prescrever remédios como hidroxicloroquina sem consentimento de parentes dos pacientes e eram obrigados a trabalhar mesmo quando infectados com o coronavírus.
Folhapress
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