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Política

- Publicada em 06 de Agosto de 2021 às 15:42

Mourão critica reeleição: 'Se é eleito em um dia e no seguinte já se pensa na reeleição'

Em palestra na Santa Casa, general disse que o Brasil "não sai do lugar"

Em palestra na Santa Casa, general disse que o Brasil "não sai do lugar"


JULIANO TATSCH/ESPECIAL/JC
Juliano Tatsch
Em meio ao momento de maior tensão nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-presidente, Hamilton Mourão esteve na manhã desta sexta-feira (6) em Porto Alegre. Mourão proferiu uma palestra na Santa Casa de Misericórdia à convite do médico Fernando Lucchese, para o Congresso da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, a ser realizado em agosto.
Em meio ao momento de maior tensão nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-presidente, Hamilton Mourão esteve na manhã desta sexta-feira (6) em Porto Alegre. Mourão proferiu uma palestra na Santa Casa de Misericórdia à convite do médico Fernando Lucchese, para o Congresso da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, a ser realizado em agosto.
Ansiosa para questionar o general a respeito da crise institucional, a imprensa teve seus desejos frustrados, na medida em que Mourão não concedeu entrevistas e, após o evento, almoçou e retornou a Brasília.
Com o tema “O Brasil que eu vejo, o Brasil que eu quero”, a explanação do vice-presidente evitou polêmicas, focando em temas macro, e abordando geopolítica global e questões econômicas e ambientais.
No que diz respeito ao cenário político do País, Mourão apenas falou sobre dois pontos que ele considera importantes. "A crise política tem dois componentes. O primeiro foi a reeleição. Ela não fez bem. Se é eleito em um dia e no seguinte já se pensa na reeleição", afirmou o general. "O segundo foi a derrubada da cláusula de barreira (em 2006, pelo STF). Isso fragmentou politicamente. É necessário enxugar o quadro partidário para que os partidos e o diálogo entre o Executivo e o Legislativo se fortaleçam", completou.
Sobre as ações do governo em si, Mourão foi sucinto e direto. “Não conseguimos sair do lugar. Patinamos, patinamos. Parece um paradoxo eu, do governo, dizer isso, mas é uma realidade”, enfatizou.
O vice-presidente lamentou que a produtividade no Brasil é baixa e apontou o sistema tributário como o grande vilão disso. “Precisamos de uma reforma tributária. Nosso sistema é caro.”
Em relação ao meio-ambiente, tema o qual o governo Bolsonaro é alvo de fortes críticas internas e internacionais, Mourão apontou a necessidade de reforçar a estrutura de fiscalização na Amazônia. "Ibama e ICMBio estão com efetivos reduzidos e com falta de equipamento. Estamos buscando financiamento para isso”, admitiu. O general apontou a existência de uma grande quantidade de espaço sem destinação ou proteção na floresta e que esse é o maior problema da região. “Ainda temos 500 mil km² de área pública na Amazônia. Esse é o grande problema. Não é área indígena, não é área de proteção. E o camarada invade essa terra esperando que o governo lhe conceda a posse futura. É a famosa grilagem. Não vamos aceitar isso. Não vamos passar a mão na cabeça de quem tenha invadido terra", disse.
Sobre o cenário internacional, Mourão indicou uma guinada na forma como a diplomacia do governo deve atuar. Diferentemente do modo como o Brasil se posicionou na gestão de Donald Trump, sob a chefia do então ministro Ernesto Araújo, Mourão defendeu uma postura que deixe de lado os vieses ideológicos. "A disputa entre Estados Unidos e China, na nossa análise, é de dois cenários. Um é de competição benigna e o outro é de disputa predatória. Nós, o Brasil, temos de buscar pragmatismo e flexibilidade com esses dois atores. Temos de defender os nossos interesses", afirmou.
Já no que diz respeito à pandemia do novo coronavírus, o vice-presidente criticou a postura da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, o órgão se omitiu. "Não houve uma chamada geral para que todos os países se unissem e trabalhassem. Principalmente em relação às vacinas."
Após a palestra, Mourão foi incluído na Irmandade da Santa Casa, passando a ser membro. “Me sinto extremamente honrado por passar a pertencer aos quadros dessa irmandade. Podem ter certeza de que contam com mais um irmão dedicado”, pontuou.
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