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Política

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 15:09

Ação militar para combater desmatamento na Amazônia deve começar no dia 28, diz Mourão

O vice-presidente disse que a ação dos militares deve ser mais enxuta que as anteriores

O vice-presidente disse que a ação dos militares deve ser mais enxuta que as anteriores


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasilia/Divulgação/JC
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta sexta-feira (18) que nova ação militar na Amazônia para tentar conter o avanço do desmatamento na região deve começar no dia 28 de junho. Mourão afirmou a jornalistas que o pedido para abrir a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ainda está sob análise de ministérios e das assessorias jurídicas.
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta sexta-feira (18) que nova ação militar na Amazônia para tentar conter o avanço do desmatamento na região deve começar no dia 28 de junho. Mourão afirmou a jornalistas que o pedido para abrir a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ainda está sob análise de ministérios e das assessorias jurídicas.
"Apesar de ser um documento de duas páginas, sempre tem a burocracia. Mas a previsão é dia 28 de junho começar", disse ele.
Ao anunciar que o presidente Jair Bolsonaro deu aval para a nova operação, no dia 11 de junho, Mourão afirmou que os militares poderiam começar a atuar na Amazônia na semana seguinte. Na mesma fala, o vice-presidente disse que a ação dos militares deve ser mais enxuta que as anteriores, durar dois meses e custar R$ 50 milhões.
Os militares deixaram a região em maio, depois de um ano de atuação na Operação Verde Brasil 2. Mourão disse em fevereiro que esta ação custou cerca de R$ 400 milhões.
A ideia era que a fiscalização, sem os militares, fosse feita com os efetivos próprios de Ibama, ICMBio, Funai, Incra, além das polícias Federal e Rodoviária Federal. Os efetivos das agências ambientais, no entanto, estão defasados.
De acordo com o monitoramento de focos ativos do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia teve 1.166 focos de queimada somente em maio, recorde para o mês desde 2008, já que em 2007 foram registrados 1.176 focos. De janeiro até agora, já são 4.677.
Diante do aumento do número de focos de queimadas na Amazônia, o vice-presidente, que chefia o Conselho da Amazônia, disse no começo de junho que já avaliava uma nova operação militar na região, mais enxuta.
Questionado se também estava discutindo o assunto com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Mourão respondeu em tom de ironia. "O ministro Salles tem muito tempo que eu não vejo", afirmou, em 7 de junho.
Em maio, Mourão já havia criticado a ausência do ministro em reunião do Conselho da Amazônia Legal. Para o vice, o gesto do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro foi "falta de educação". O vice já entrou em choques anteriormente com Salles, que é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de exportação de madeira ilegal.
Em documento interno feito em 2020, o conselho comandado por Mourão planejava estender até o fim de 2022 as ações de GLO na Amazônia, com "linhas de ação" mais baratas. Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Defesa, Braga Netto, citou a manutenção das GLO ao pedir mais dinheiro para as Forças Armadas até 2022.
Em nota, a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) criticou a decisão de uma nova GLO.
"Para nós, servidores da carreira de especialistas em meio ambiente, não faz o menor sentido que tanto dinheiro público continue sendo gasto com apoio militar enquanto os principais órgãos ambientais do país estão sucateados e em condições precárias de funcionamento", manifestou-se a associação na semana passada, quando Mourão anunciou a nova operação.
A Ascema cobrou que, caso a GLO se confirme, a autonomia dos órgãos ambientais seja mantida.
"Embora sejam de fundamental importância para apoio à segurança e logística das operações, os militares das Forças Armadas não detém a expertise acumulada pelo Ibama e ICMBio no combate ao desmatamento, não sendo plausível a submissão de órgãos ambientais civis ao comando de instituições militares", afirmou.
Folhapress
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