Isso poderia reduzir atrasos - desde que tenha vacina, é claro -, e melhorar a eficiência da campanha tão crucial na pandemia. Isso seria possível se a base de dados da saúde estivesse vinculada a uma plataforma de serviços acessada pelos moradores de Porto Alegre, com estas funcionalidades.
"Se tivesse o sistema funcionando e com cadastro único, poderia mapear e já cadastrar as pessoas usando o WhatsApp", descreve o titular da Secretaria Municipal de Transparência e Controladoria (SMTC) de Porto Alegre, Gustavo Ferenci, que prefere não falar em prazo, mas espera que, em 2022, já se comece a ofertar as ferramentas da Central do Cidadão.
A prefeitura tem hoje seis serviços de teleatendimento e cerca de 80 bases de dados. Entre as atuais estruturas, estão o mais popular, o 156, que é o principal meio de conexão com a administração e seus serviços, para fazer reclamação ou obter informações sobre ônibus à poda da árvores. Também é acessado pelo aplicativo #EuFaçoPOA, que na AppleStore e GooglePlay, chamado de 156POA.
O roteiro até formatar a solução que deve dar a argada ao conceito segue duas frentes: encontros com empresas que atuam com soluções na área e audiência pública para ouvir demandas e sugestões de entidades, comunidade e setores públicos.
Nove empresas tiveram encontros com a Secretaria de Transparência na semana passada. A pasta não informa quais são as virtuais possíveis fornecedoras, que terão de se submeter à concorrência sobre as ferramentas de tecnologia usadas para a interface com os cidadãos, bancos de dados e demais requisitos para dar conta das necessidades.
O Jornal do Comércio apurou que a empresa que criou a Magalu, do Magazine Luiza, e a Claro, estão entre as que apresentaram as soluções desenvolvidas. Ferenci espera lançar no segundo semestre o edital e ainda concluir a seleção até dezembro. O processo terá recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O maior desafio é a integração de bancos de dados das diversas áreas. Isso pode levar anos. São José dos Campos relatou a sua experiência na área e levou 12 anos para finalizar as integrações", comenta o secretário. Na semana passada também, a prefeitura
ouviu a trajetória de Curitiba, Medelín e Barcelona, além de São José dos Campos.
Os relatos das soluções nas quatro localidades, referências do que se chama de cidades inteligentes, reforçou também a ideia de que não é só a oferta de tecnologia. "Não adianta fazer a melhor solução se não trabalhar na educação para a digitalização", aponta o secretário. "Se as pessoas não souberem usar, pode ter o melhor app do mundo que não adianta", resume.
Para ampliar até mesmo as contribuições de segmentos cpomo startups e setores de inovação, o Pacto Alegre, que reúne hubs de tecnologia e universidades, deve organizar um hackatton, que são encontros para desenvolver ideias e soluções de forma compartilhada.