O final de semana foi marcado por manifestações de pesar feitas por lideranças políticas pela morte do advogado e sociólogo João Carlos Bona Garcia, ocorrida na sexta-feira, por complicações da Covid-19. Natural de Passo Fundo, Bona Garcia foi líder estudantil, atuou na resistência à ditadura militar, participou da fundação do PMDB, foi chefe da Casa Civil do Estado na gestão do governador Antonio Britto, e presidente do Tribunal da Justiça Militar (TJM). Ele tinha 74 anos e estava internado há 20 dias no Hospital da Brigada Militar.
Por meio das redes sociais, politicos lamentaram a perda. O ex-senador Pedro Simon assinou nota em conjunto com o Diretório Metropolitano do MDB. "É uma perda imensurável para o MDB e o para o Rio Grande. Um notável guerreiro da democracia que nos deixará um legado de integridade e exemplo de luta. Combateu, incansavelmente, pelas causas políticas mais elevadas, ajudando a amalgamar o MDB do Rio Grande do Sul", destaca o comunicado.
O texto enfatizou ainda o "imenso espírito público e grande liderança partidária" do político, reconhecido pela trajetória marcada "pela luta em prol da democracia e da liberdade". Quando jovem, Bona Garcia atuou como militante da esquerda, foi preso e torturado durante a ditadura militar. Exilado, viveu entre Argentina, Chile, Argélia e França.
O ex-governador José Ivo Sartori, que teve Bona Garcia como coordenador financeiro de sua campanha ao Piratini, em 2014, também registrou a perda nas redes sociais. "Bona era um grande amigo, sempre leal e fiel. Uma bela pessoa, muito à frente do seu tempo, que fará muita falta, mas sua linda história política e humana permanecerá entre nós".
No Twitter, o prefeito da Capital, Sebastião Melo, deixou seu registro: "Meu amigo do peito de lutas e caminhadas. Meus sentimentos aos familiares e amigos".
A trajetória de Bona Garcia foi retratada em livro, Verás que Um Filho teu Não Foge à Luta, que depois foi adaptado para o cinema, com o filme longa-metragem, Em Teu Nome. A obra retrata a trajetória de Bona na luta pela redemocratização. Além da esposa Célia, Bona deixa os filhos Rodrigo, Luciano e Diego e cinco netos.