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Governo federal

- Publicada em 20 de Janeiro de 2021 às 22:58

Mourão atribui impasse à 'geopolítica da vacina'

Vice-presidente da República, Hamilton Mourão vê 'corrida pela vacina'

Vice-presidente da República, Hamilton Mourão vê 'corrida pela vacina'


/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasilia/Divulgação/JC
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) atribuiu ao que chamou de geopolítica da vacina o impasse com China e Índia, que impuseram travas para a exportação de insumos e de imunizantes para o Brasil. "A gente tem que compreender a geopolítica da vacina", disse, ao chegar à Vice-Presidência ontem.
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) atribuiu ao que chamou de geopolítica da vacina o impasse com China e Índia, que impuseram travas para a exportação de insumos e de imunizantes para o Brasil. "A gente tem que compreender a geopolítica da vacina", disse, ao chegar à Vice-Presidência ontem.
Ele ponderou que a vacinação acontece em velocidade lenta ao redor do mundo. "O que quero dizer com isso? Que existe uma corrida pela vacina. Ontem nosso diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que estava havendo pouca solidariedade nesta questão", prosseguiu Mourão.
"Essas vacinas usam os insumos farmacêuticos ativos, os IFAs, que são produzidos, a maior parte, em dois países, a Índia e a China, cuja população dá mais de um terço da população mundial, e eles têm os interesses geopolíticos deles, obviamente, a este respeito. Então, vamos ter que usar as armas da diplomacia", disse o vice-presidente.
Ele afirmou que o assunto, por ora, está sob responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. No Palácio do Planalto, fontes dizem que as vacinas podem deixar a Índia até o final desta semana. Já no Itamaraty, o tom é de mais cautela. Fontes da diplomacia brasileira diz que a pasta está trabalhando com a "discrição necessária" para concluir a operação "o quanto antes".
O atraso na operação de envio de um avião para recolher vacinas na Índia e o risco de adiamento da produção de imunizantes no Brasil diante de travas impostas pela China para a exportação de insumos desencadearam um bombardeio ao chanceler Ernesto Araújo, que tem sido apontado por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como corresponsável por episódios considerados vexames diplomáticos para o Brasil.
Segundo auxiliares de Bolsonaro, que falaram sob condição de anonimato, a área de relações exteriores contribuiu para a derrota política de peso sofrida pelo Palácio do Planalto no fim de semana: o protagonismo praticamente isolado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no início da vacinação no Brasil.
O governo vinha tentando antecipar desde dezembro um lote de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca produzidas em um laboratório indiano. O objetivo era que as doses fossem usadas para dar o pontapé na campanha de vacinação no Brasil. Uma cerimônia no Planalto estava sendo preparada para a ocasião.
Um avião foi preparado para embarcar para a Índia na quinta-feira passada, mas a missão foi abortada após ampla divulgação pelo governo brasileiro. O chanceler de Bolsonaro também virou alvo de queixas diante do risco de o país ver atrasada a produção de vacinas sem a chegada de matéria-prima proveniente da China. Tanto o Butantan quanto a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estão em alerta pelo represamento de insumos para os fármacos promovido pelo governo chinês.
Ligado ao governo de São Paulo, o Butantan produz no Brasil a Coronavac, enquanto que a Fiocruz será a responsável por fabricar a Oxford/AstraZeneca. A possibilidade de um impasse que atrase a vacinação no Brasil, particularmente o cronograma da Fiocruz, é visto no Palácio do Planalto como uma nova ameaça de revés para o governo Bolsonaro. Araújo virou vidraça de membros do governo que advogam por menor carga ideológica na condução da política externa do País. 

Rede pede ao STF que Pazuello seja afastado do comando da Saúde

A Rede Sustentabilidade entregou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de afastamento imediato de Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde. O documento argumenta que o ministro cometeu "diversos equívocos, incluídos os de logística, na condução das atividades ministeriais durante a pandemia do coronavírus". O presidente Jair Bolsonaro justificou à época de sua nomeação ao cargo devido à experiência de Pazuello em estratégia de logística. No entanto, há sete meses à frente da pasta, o ministro cometeu erros considerados graves por especialistas da saúde como o represamento de testes, a lentidão no processo de compra e distribuição de vacinas e, nos últimos dias, o desabastecimento de cilindros de oxigênio no estado do Amazonas.

Subprocuradores rebatem Aras sobre atribuição da PGR

Integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) rebateram ontem a nota em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que compete ao Legislativo investigar a cúpula dos Poderes por eventuais ilícitos no enfrentamento da Covid-19, o que inclui o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em nota assinada por seis subprocuradores-gerais da República que compõem o conselho, o grupo afirmou que essa é também atribuição de quem exerce as funções de procurador-geral da República, cargo atualmente ocupado por Augusto Aras, indicado por Bolsonaro.
O texto divulgado pela PGR na terça-feira afirmou ainda que o estado de calamidade pública que o País enfrenta atualmente em razão da pandemia é "a antessala do estado de defesa". "Referida nota (da PGR) parece não considerar a atribuição para a persecução penal de crimes comuns e de responsabilidade da competência do Supremo Tribunal Federal", afirmaram os subprocuradores.