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Política

- Publicada em 12 de Janeiro de 2021 às 21:29

Reginaldo Pujol quer estruturar DEM na Região Metropolitana

Aos 81 anos, Pujol pretende se manter em plena atividade política

Aos 81 anos, Pujol pretende se manter em plena atividade política


/NÍCOLAS CHIDEM/arquivo/JC
Marcus Meneghetti
Embora não tenha sido eleito para o 10º mandato de vereador nas eleições municipais de 2020 em Porto Alegre, Reginaldo Pujol não se despede da política. Ele - que é presidente municipal do DEM - revela que seu principal objetivo agora é estruturar o partido, para "que os meus colegas que forem candidatos não sofram a decepção que eu sofri, de fazer uma belíssima votação, mas insuficiente porque o partido elegeu apenas um vereador".
Embora não tenha sido eleito para o 10º mandato de vereador nas eleições municipais de 2020 em Porto Alegre, Reginaldo Pujol não se despede da política. Ele - que é presidente municipal do DEM - revela que seu principal objetivo agora é estruturar o partido, para "que os meus colegas que forem candidatos não sofram a decepção que eu sofri, de fazer uma belíssima votação, mas insuficiente porque o partido elegeu apenas um vereador".
Aos 81 anos, Pujol - o vereador em exercício que acumulava mais mandatos na Câmara Municipal - não esconde sua frustração por ter ficado na primeira suplência. Ele recebeu 3.190 votos. Na primeira eleição sem possibilidade de coligações nas chapas proporcionais, o DEM conquistou apenas uma cadeira no Legislativo Municipal, ocupada pela titular Comandante Nádia.
Reginaldo da Luz Pujol é um dos políticos que acumula maior número de mandatos na Câmara Municipal: exerceu a vereança nove vezes - duas pela Arena (1972 e 1976); quatro pelo PFL (1992, 1996, 2000 e 2004); e três pelo DEM (2008, 2012 e 2016). Em 2020, presidiu o Legislativo Municipal. Também foi secretário municipal em vários momentos.
Apesar do desapontamento com o resultado do pleito de 2020, não abandona o bom humor ao ser questionado sobre o seu futuro político: "Primeiro, vou dizer o que não vou fazer. Não vou me atormentar. Ao fim desta semana, espero começar um final de semana prolongado no Atlântico Sul. E sabe o que também não farei? Não vou pegar sol demais".
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele descarta concorrer a um novo cargo eletivo. Comenta ainda por que não assumiria uma secretaria no governo do prefeito Sebastião Melo (MDB). Pujol foi um dos principais articuladores da aliança que elegeu Melo. Por isso, chegou a ser cogitado para uma pasta. Mas ele próprio afasta essa possibilidade: "Acredito que as atividades vinculadas à execução do programa de governo do Melo devem ser reservadas às pessoas mais jovens".
Jornal do Comércio - O que pretende fazer agora?
Reginaldo Pujol - Primeiro, vou dizer o que não vou fazer. Não vou me atormentar. Ao fim desta semana, espero começar um final de semana prolongado no Atlântico Sul. E sabe o que também não farei? Não vou pegar sol demais. Faz tempo que não me exponho ao sol e não quero nenhuma complicação em plena pandemia. Não farei nada que não seja sensato para um homem na minha idade. Há 11 dias, eu era vereador, presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Consegui cumprir todos os compromissos do cargo. Inclusive, encaminhei o prefeito para fazer o juramento e acompanhei a posse dele no Glênio Peres. Pensei que eu fosse descansar uns dias, mas alguns fatos alheios à minha vontade não me permitiram. Nessa segunda semana de 2021, estou disposto a cumprir alguns compromissos remanescentes, especialmente pela minha condição de presidente municipal do partido, que compõe o conjunto de forças que apoia o prefeito Melo. Tenho algumas incumbências que não posso me furtar. Depois, pretendo ter um final de semana prolongado.
JC - E o que o senhor vai fazer depois?
Pujol - Vou examinar tranquilamente a situação. Uma coisa é absolutamente certa: continuarei vinculado à atuação política, como presidente do meu partido, como militante partidário. Até porque, como diz a sabedoria popular, uma eleição começa quando termina a anterior. Estamos uns meses atrasados em relação à eleição de 2022, quando escolheremos governador, deputados etc. Vou estar engajado na luta para eleger os meus candidatos.
JC - O senhor pretende se candidatar a um cargo eletivo?
Pujol - Isso não está no meu radar. Já fui muito audacioso, ao disputar com 81 anos um pleito eleitoral. Especialmente, no meio dessa pandemia. De qualquer forma, atendi aos apelos e aceitei o desafio. Entre 850 candidatos, fiz uma boa votação: fui o 50º mais votado em Porto Alegre. Isso significa que recebi mais votos que 800 concorrentes, sendo a maioria deles mais jovens, com mais vigor, mais possibilidades econômicas e outras vantagens de que eu não dispunha. Inclusive, tempo. Afinal, não descuidei da presidência da Câmara e do meu partido.
JC - Vários aliados apontam que o senhor foi importante na construção da aliança que levou Melo à vitória na eleição majoritária...
Pujol - Ajudei a construir a aliança que saiu vitoriosa. Com isso, festejo, de um lado, a vitória da chapa majoritária. De outro, amargo a condição de não ter sido reeleito, tendo ficado na primeira suplência. De qualquer forma, posso considerar uma bela homenagem e uma boa despedida da disputa eleitoral, não da atividade política.
JC - Chegou a ser cogitada a possibilidade de a vereadora Comandante Nádia (DEM) assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa, visto que, em 2018, ela se elegeu terceira suplente pelo MDB. Nesse cenário, o senhor assumiria a vereança. Apesar dessa hipótese não ter se concretizado - porque Nádia renunciou à vaga - ela não descarta concorrer em 2022. O senhor tem esperança de assumir a vaga nesta legislatura?
Pujol - Essa hipótese foi muito aventada. Foi reforçada por uma ideia de que haverá, muito em breve, a indicação de um deputado estadual do MDB para uma vaga de conselheiro que surgirá no Tribunal de Contas do Estado. Isso faria com que Nádia fosse convocada, não mais como suplente, mas como titular. Apesar disso, já tinha conversado com ela e sabia que a disposição dela era cumprir o mandato na Câmara, especialmente nesses dois primeiros anos - ainda que, neste momento, ela não reivindique a possibilidade de ser candidata à Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Deputados (em 2022). Então, não almejo que isso aconteça. Naturalmente, se isso vier a ocorrer, com toda a tranquilidade, vou assumir a vaga (na Câmara). Mas não está entre os meus objetivos primordiais.
JC - Qual é o seu principal objetivo?
Pujol - No momento, o meu maior objetivo político é estruturar bem o meu partido. Não só em Porto Alegre, em toda a Região Metropolitana. Com isso, nas eleições vindouras, espero que os meus colegas que forem candidatos não sofram a decepção que eu sofri, de fazer uma belíssima votação, mas insuficiente porque o partido elegeu apenas um vereador. Na condição de primeiro suplente, fiquei frustrado ao não me ver reeleito pela 10ª vez para a Câmara Municipal.
JC - Aceitaria uma secretaria?
Pujol - Já fui, em mais de uma ocasião, secretário. Fui duas vezes diretor do Demhab (Departamento Municipal de Habitação); secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio; secretário de Transporte. Modéstia à parte, desempenhei bem essas tarefas. Só que tinha alguns anos a menos. Dispunha de plenas condições físicas.
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