Seminários temáticos avançam transição de governo em Porto Alegre

A prefeitura de Porto Alegre deu início na manhã desta terça-feira (15), uma série de seminários de transição de governo, no qual as equipes da atual gestão apresentam para integrantes da equipe de transição do futuro governo um panorama acerca de áreas específicas de atuação da prefeitura. O primeiro tema a ser abordado, como não podia ser diferente, foi a pandemia do novo coronavírus.

O secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer e o secretário-adjunto, Natan Katz, apresentaram as ações do governo Nelson Marchezan Júnior durante todo o ano de 2020 para combater a transmissão do vírus e disponibilizar a maior rede de atendimento possível para a população.

Avanços, como abertura de novos leitos clínicos e, principalmente, em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), foram salientados, e pontos nevrálgicos, como manejo de mão de obra também foram citados como questões que precisam de atenção por parte da gestão que toma posse em 1º de janeiro. “Há um desgaste das equipes que estão trabalhando com pressão há muitos meses. Esse é um limitante, tem um limite de recursos humanos”, afirmou Natan Katz.

A equipe da saúde do governo Marchezan apresentou pontos importantes do trabalho, como o que diz respeito à aplicação de testes, considerada fundamental para a mensuração da evolução da pandemia e, consequentemente, para as tomadas de decisão dos gestores públicos. Porto Alegre tem 23 pontos de coleta para o exame RT-PCR. Com uma capacidade de processamento de 1.780 testes por dia, o tempo médio para que se tenha o resultado dos exames na Capital é de três dias.

Outra questão que, principalmente no início da pandemia, preocupou foi a da disponibilidade de equipamentos de proteção individual, os EPIs. Com um pico de demanda, os governos do mundo todo tiveram dificuldade para adquirir materiais como luvas, máscaras cirúrgicas, álcool gel, entre outros.

A prefeitura de Porto Alegre, de março a novembro, comprou 282,7 mil máscaras cirúrgicas descartáveis, 23,5 mil litros de álcool gel 70%, 890 termômetros infravermelho, 124,7 mil caixas de luvas de látex, 203,2 mil sapatilhas descartáveis, entre outros equipamentos.

O percentual de ocupação nas UTIs foi apontado como o principal indicador de monitoramento do cenário atual da pandemia na cidade. “Para a nossa tomada de decisão, criamos o dashboard de ocupação das UTIs, que é preenchidos pelos profissionais que estão nessas unidades. Esse painel nos serviu sempre como referência. Nossa principal preocupação é que o impacto na rede de saúde não prejudique o atendimento tanto de Covid-19 quanto para outras doenças. O indicador das UTIS é o que nos dá a situação em tempo real”, destacou Stürmer.

A Capital vive um cenário de crescimento da pandemia e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não vê esse quadro como o de uma segunda onda da crise sanitária na cidade. “Estamos em um momento de aceleração. Não tivemos fim da primeira onda para dizermos que estamos na segunda. Se fosse bater um martelo, diria que é mais uma reativação da primeira onda”, observou Stürmer.

Como não se faz saúde pública sem dinheiro, os dados relativos aos valores recebidos e aplicados na área também foram tratados. Até o dia 30 de novembro, Porto Alegre recebeu um total de R$ 329,5 milhões especificamente para o enfrentamento da pandemia. Destes, foram liquidados 246,3 milhões.

No decorrer da tarde, serão realizados ainda os encontros para tratar sobre segurança pública (14h), infraestrutura (15h30min) e Dmae (17h).