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Política

- Publicada em 18 de Novembro de 2020 às 03:00

PF sugeriu ao TSE sistema atual de divulgação de votos

Diretor da PF, Rogério Galloro encaminhou relatório à presidência do TSE

Diretor da PF, Rogério Galloro encaminhou relatório à presidência do TSE


EVARISTO SÁ/AFP/JC
A mudança no sistema de apuração dos votos das eleições deste ano foi aconselhada pela Polícia Federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o argumento de que melhoraria "consideravelmente a segurança operacional". A corporação também afirmou que, mesmo com a alteração, o sistema do tribunal teria o potencial de continuar com um "desempenho satisfatório".
A mudança no sistema de apuração dos votos das eleições deste ano foi aconselhada pela Polícia Federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o argumento de que melhoraria "consideravelmente a segurança operacional". A corporação também afirmou que, mesmo com a alteração, o sistema do tribunal teria o potencial de continuar com um "desempenho satisfatório".
Os argumentos constam de relatório da Polícia Federal (PF) enviado ao TSE em outubro de 2018, ao qual o jornal Folha de S. Paulo teve acesso. No documento, a polícia disse que seria melhor o tribunal concentrar a totalização dos dados das urnas em Brasília. Antes, a soma era feita nos datacenters dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e depois remetida ao TSE.
Nas eleições municipais de 2020, a mudança na totalização dos votos levou a atrasos na divulgação parcial dos votos em todo o País. Em São Paulo, por exemplo, o resultado só foi conhecido por volta da meia-noite de domingo. Estão na disputa pelo comando da maior cidade do Brasil o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), e Guilherme Boulos (PSOL).
Até 2018, cada TRE fazia a recepção, verificação e soma dos votos. Cabia o TSE apenas proceder a leitura dos bancos de dados e a divulgação dos resultados. A corte, ainda na gestão da então presidente, ministra Rosa Weber, decidiu aceitar a recomendação da PF. O método, no entanto, não havia sido testado em eleições anteriores.
"Mudar a arquitetura de servidores para estarem fisicamente localizados no próprio TSE melhora consideravelmente a segurança operacional deste sistema e tem o potencial de continuar com um desempenho satisfatório, em virtude dos crescentes avanços nas tecnologias de comunicação em rede", disse a PF em um trecho do documento.
O relatório foi enviado pelo então diretor-geral da corporação, Rogério Galloro, ao tribunal na gestão Rosa Weber. O documento é assinado por três peritos. A PF também argumentou que, "mesmo com o uso de melhores técnicas de codificação" de armazenamento de dados, o sistema que era usado pelo TSE teria vulnerabilidade, "ainda mais em um ambiente com base de dados distribuídas em cada TRE".
"Com a migração dos servidores web e banco de dados locais dos TREs para o TSE esta exposição é minimizada", disse. Após receber a orientação, o TSE passou a fazer estudos sobre a mudança de sistema.
No sábado, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, chegou a dizer que, em 2020, o TSE "adotou uma importante mudança de paradigma" - a alteração no sistema de totalização. Ele disse que, para tanto, foi constituída uma arquitetura de nuvem computacional, "tecnologia moderna que apresenta inúmeras vantagens", como a economicidade - menos gastos.
"Conseguimos baixar bastante os custos, concentrando em um processo de nuvem, fazendo a virtualização de equipamentos", afirmou. O funcionário disse também que a mudança traria mais segurança. "Centralizando, há uma queda significativa no risco da vulnerabilidade", disse.
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