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Eleições 2020

- Publicada em 16 de Novembro de 2020 às 17:51

'Para segundo turno, não muda nada', diz presidente do TRE gaúcho após lentidão na totalização dos votos

Em outra frente, app E-Título teve sobrecarga, impedindo que justificativa da ausência

Em outra frente, app E-Título teve sobrecarga, impedindo que justificativa da ausência


Antonio Augusto/Ascom/TSE/JC
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul, André Villarinho, descartou nesta segunda-feira (16) qualquer possibilidade de o órgão solicitar que a totalização de votos seja feita no Estado, como era até a eleição de 2018. Nesse domingo (15), problemas com computadores que rodam o sistema de apuração e fechamento do dados geraram atrasos e demora nos resultados.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul, André Villarinho, descartou nesta segunda-feira (16) qualquer possibilidade de o órgão solicitar que a totalização de votos seja feita no Estado, como era até a eleição de 2018. Nesse domingo (15), problemas com computadores que rodam o sistema de apuração e fechamento do dados geraram atrasos e demora nos resultados.
Villarinho alegou que a decisão de concentrar a totalização em Brasília foi tomada pela gestão que antecedeu o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. "Sobre a possibilidade de reverter, não há nenhuma, nenhuma. Para o segundo turno, não muda nada", enfatizou o presidente.
"Além disso, é bom esclarecer, esta é uma decisão do TSE. Os regionais não têm autonomia de aderir ou não", completou. "Isso é política da administração do TSE e envolve 27 unidades da federação."
Trazer de volta à estrutura de Tecnologia da Informação do TRE poderia ser uma medida para afastar novos riscos. Em outra frente, mas que não utiliza a mesma infraestrutura de computadores ou rede, o aplicativo e-Título teve sobrecarga, impedindo que muitos eleitores fizessem a justificativa da ausência, que pela primeira vez foi disponibilizada no app.
Outro detalhe que pode afastar a pressão no sistema é que serão bem menos cidades no País no segundo turno. Apenas localidades com mais de 200 mil eleitores e ainda que tiveram resultados sem vencedor com 50% mais um voto terão a segunda rodada de votação. No Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria vão ter. São as únicas cidades gaúchas que poderiam ter o processo.
Mesmo com a posição sobre o segundo turno, não significa que para 2022 algo não tenha de ser mudado. Villarinho adianta que vai levar "uma proposta de reflexão" sobre qual o sistema é o melhor: "Manter a centralização atual em Brasília ou voltar ao sistema anterior em que cada unidades tenha a gestão de seu processamento".
Não é só por causa do atraso nos resultados. O presidente do TRE cita que já havia dificuldades no registro de candidaturas, que também é centralizado. "Houve congestionamento de informações, e gerou atrasos nos registros. Agora também tivemos sobrecarga no e-Título". Segundo Villarinho, a "reflexão" deve responder a duas questões sobre a escolha da centralização, diante da sobrecarga e contratempos. "Ela é conveniente, ou seja, é isso que queremos entregar, ou talvez tenhamos de retornar ao sistema anterior ou aperfeiçoar o atual".
A demora na totalização de votos e a dificuldade de acesso ao e-Título foram as duas surpresas negativas, que frustraram a agilidade de ter resultados cada vez mais cedo e deixaram muitas pessoas indignadas. Com a pandemia, ir a uma seção eleitoral para fazer a justificativa presencial foi descartada também devido à exposição a aglomerações.
Em relação ao impacto negativo do atraso para o sistema de eleição, Villarinho afasta qualquer dano à imagem da operação e reforça a confiabilidade do processo. O uso da urna completa 24 anos. "O que houve é uma questão de ajuste", observa. "A demora é desagradável, interfere na expectativa e ansiedade das pessoas, mas não chega a quebrar a credibilidade ou a imagem do processo." O presidente do TRE-RS destaca que as dificuldades no funcionamento do sistema não têm relação com a urna. A situação chegou a provocar críticas sobre o sistema eletrônico.

Sistema travou e não conseguiu dar conta do volume de processamento

O secretário de Tecnologia da Informação (TI) do TRE gaúcho, Daniel Wobeto, viveu horas tensas no fim da tarde desse domingo (15) e início de noite diante da demora e das dificuldades que o sistema de apuração da Justiça Eleitoral acusou em Brasília. Segundo o secretário, ocorreram diversos erros na infraestrutura do sistema armazenado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somados à dificuldade de identificar as causas.
Wobeto descreve que o sistema travava e as equipes de TI do tribunal, em Brasília, tinham "de parar tudo, desligar e religar os computadores para que o sistema voltasse a processar mais um pouco". A situação ocorreu diversas vezes, exigindo o "desliga e religa" em várias momentos.
"No começo da noite, a gente não tinha a dimensão do nível do problema no sistema", admite.
Na prática, o quadro era: o TRE gaúcho tinha enviado quase 100% dos votos por volta das 22h a Brasília, mas os computadores centrais não conseguiam processar na mesma velocidade da transmissão para que as informações fossem liberadas para quem estava acompanhando a apuração.
"O resultado não vinha e o sistema de divulgação travava e não conseguia expor para o público os dados. Pode ser que eles (TI do TSE) estivessem dedicando toda a capacidade de processamento para gerar o resultado e depois divulgar", especula o gestor de TI do TRE gaúcho.
"Infelizmente, não estamos cumprindo com a nossa tradição de entregar o resultado de forma célere, embora tenhamos certeza que a segurança está garantida", resumiu Wobeto, por WhatsApp, na noite desse domingo.