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Política

- Publicada em 24 de Setembro de 2020 às 20:43

Campanha em Porto Alegre deve ser mais intensa em 2020

Os 13 postulantes ao paço municipal iniciam a campanha no rádio e televisão neste domingo (27)

Os 13 postulantes ao paço municipal iniciam a campanha no rádio e televisão neste domingo (27)


MARCO QUINTANA/JC
Marcus Meneghetti
Com o início da campanha eleitoral neste domingo (27), os 13 candidatos à prefeitura de Porto Alegre colocam em prática suas estratégias para vencer as eleições de 2020. Alguns ingredientes do cenário político podem tornar a campanha deste ano mais agressiva que o normal.
Com o início da campanha eleitoral neste domingo (27), os 13 candidatos à prefeitura de Porto Alegre colocam em prática suas estratégias para vencer as eleições de 2020. Alguns ingredientes do cenário político podem tornar a campanha deste ano mais agressiva que o normal.
Entre os elementos que devem acirrar os ânimos dos postulantes ao Paço Municipal, estão a polarização da política nacional, o que deve influenciar as eleições municipais em todo o Brasil; e o processo de impeachment do candidato à reeleição Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que tramita na Câmara Municipal em plena campanha eleitoral.
Desde a eleição de 2018 - que elegeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) -, o ambiente político permanece bastante radicalizado. Bolsonaro e seus apoiadores fazem duras críticas a partidos de esquerda, movimentos feministas, ONGs ambientalistas, povos indígenas e até instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, opositores do presidente o acusam - ele e sua família - de corrupção, abuso de poder e intervenções irregulares em órgãos públicos, como a Polícia Federal.
Esse ambiente deve influenciar o cenário municipal. Alguns candidatos devem adotar um discurso semelhante ao do presidente, com críticas severas a partidos de esquerda e às ideias comunistas. Também irão defender ideias liberais, como a redução da máquina pública, corte de despesas e desburocratização da legislação municipal, em busca do voto do eleitorado bolsonarista.
Nesse cenário, projeta-se uma polarização com nomes da esquerda, especialmente a candidatura mais competitiva do bloco segundo as pesquisas eleitorais: a de Manuela d'Ávila (PCdoB), que tem o apoio do PT. Candidata a vice-presidente na chapa derrotada da disputa ao Planalto em 2018, Manuela segue sendo um dos alvos de apoiadores de Bolsonaro. Segundo o levantamento do RealTime Big Data, divulgado pelo Correio do Povo na quinta-feira (24), Manuela lidera a disputa com 10 pontos percentuais de vantagem para o segundo colocado, José Fortunati (PTB).
São pelo menos seis candidaturas de centro-direita em Porto Alegre - com potencial para captar os votos bolsonaristas: o atual prefeito Marchezan; o atual vice-prefeito Gustavo Paim (PP); o ex-prefeito José Fortunati (PTB); o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB); o deputado federal João Derly (Rep); e o vereador Valter Nagelstein (PSD).
No campo político oposto, os nomes de centro-esquerda devem se apresentar como opositores de Bolsonaro. A estratégia leva em conta também a eleição de 2022, pois seus partidos já definiram nomes ao Planalto. Mas, neste momento, o foco é atrair o voto do eleitorado anti-Bolsonaro.
Há cinco candidaturas de centro-esquerda: a de Manuela; da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL); a da deputada estadual Juliana Brizola (PDT); a do professor Júlio Flores (PSTU); e a do funcionário dos Correios Luiz Delvair Martins Barros (PCO). Entretanto, as duas últimas tem menor expressão.
Entre os polos pró e anti-bolsonaro, há postulantes que pretendem adotar um tom conciliador, evitando críticas a apoiadores ou opositores do presidente. Esses candidatos apostam que o eleitor está cansado da polarização.
No primeiro debate eleitoral, organizado pela Faculdade Meridional de Porto Alegre (Imed), Fortunati, por exemplo, preferiu um tom conciliador nas suas considerações finais.
No mesmo evento, o candidato e deputado estadual Rodrigo Maroni (Pros) tentou se apresentar como uma figura fora do jogo político, criticando todos os outros candidatos.
Há ainda o nome de Montserrat Martins, que concorre pelo Partido Verde (PV), uma sigla que alega que a questão ambiental está fora do espectro político tradicional.
Outro fator que deve afetar diretamente a eleição na Capital é o processo de impeachment do prefeito Marchezan. A abertura do processo foi aprovada no início de agosto, com o voto de 31 vereadores favoráveis e três contrários.
Protocolado por representantes da sociedade civil e empresários, a solicitação de cassação alega haver irregularidades na alocação de R$ 3,1 milhões do Fundo Municipal da Saúde em ações publicitárias da prefeitura.
Em geral, os candidatos à reeleição costumam ter uma vantagem na campanha por já serem conhecidos e terem maior visibilidade na imprensa, devido às ações como chefe do Executivo.
Por outro lado, também tendem a ser o alvo favorito dos adversários. Sob esse aspecto específico, a dinâmica eleitoral acaba se organizando assim: o prefeito tenta divulgar os méritos da sua gestão, enquanto os oponentes tentam dar visibilidade aos deméritos.
Contudo, os depoimentos, investigações e diligências do impeachment vão acontecer ao longo da campanha - o que deve gerar um volume maior de exposição negativa ao tucano, além de dar mais munição para os adversários o criticarem.
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