A live Tá na Mesa, organizado pela Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), recebeu, nesta quarta-feira (9), cinco deputados estaduais para debater o polêmico projeto de reforma tributária apresentado pelo governo Eduardo Leite (PSDB). A presidente da Federasul Simone Leite (PP) mediou o encontro com os parlamentares Giuseppe Riesgo (Novo), Luiz Fernando Mainardi (PT), Mateus Wesp (PSDB), Sérgio Turra (PP) e Vilmar Zanchin (MDB).
Ao iniciar o encontro, Simone Leite contextualizou a posição contrária da Federasul ao aumento de impostos e afirmou que o governo deveria ter dado a mão para a classe produtiva e não impor um fardo pesado a todos.
Turra disse que o Estado deve buscar a adoção de "novas posturas", caracterizadas por privatizações, concessões e diminuição da máquina pública. Para ele, o projeto não está conectado com a realidade e "precisa ser remodelado, um plano que não onere a sociedade".
Mainardi foi enfático: "este projeto será derrotado. Não é reforma, mas aumento generalizado de impostos". Ele também afirmou que a apresentação do projeto, diante da crise causada pelo coronavírus, "é inoportuna e injusta".
Wesp defendeu a aprovação total do plano e, caso não aconteça, o Estado "mergulhará no caos e a sociedade sofrerá impactos na saúde, segurança e demais serviços públicos". Segundo ele, a nova matriz tributária significa justiça social.
Zanchin afirmou que existem pontos positivos, mas os negativos se sobressaem. Além disso, a aprovação do plano carece de segurança jurídica, visto que algumas ações precisam a chancela, por exemplo, do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). "Só por extinguir faixas do Simples, o Rio Grande do Sul pode perder mais de 40 mil empresas".
Riesgo, que integra a Subcomissão da Reforma Tributária na Assembleia Legislativa, exemplificou que, diante da crise, é preciso comparar o antes e o depois da implantação de uma eventual nova política tributária estadual. Segundo ele, as famílias terão um fôlego no próximo ano, e isso pode significar aumento do consumo, por exemplo. "O Estado precisa de tratamento de choque e acabar com o círculo vicioso do aumento de impostos."