A Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) avisou que deve anunciar seu posicionamento sobre a reforma tributária do Estado nesta terça-feira (18) após uma reunião com suas 27 regionais. Na semana passada, a entidade apresentou à Subcomissão da Reforma Tributária da Assembleia Legislativa uma análise preliminar e projetou possíveis cenários possíveis a partir da mudanças nas alíquotas de ICMS.
As alterações tem impacto direto no caixa das prefeituras, abastecido, especialmente, por repasses de ICMS e IPVA. “Nossa posição está em construção. Estamos consultando prefeitos e analisando os projetos que foram protocolados na Assembleia Legislativa”, explicou o diretor de Assuntos Municipais da Famurs, Guilherme Machado.
Estudo realizado pela federação gaúcha aponta que, sem a aprovação da reforma tributária, os municípios perderão R$ 850 milhões já em 2021. Com a aprovação, 329 municípios perderão receita (R$ 35 milhões no total em 2021) e outros 167 terão saldo positivo.
A partir da consulta que vem realizando em sua base, a entidade elencou pontos positivos e negativos na proposta do governo. A Famurs adiantou que vê com simpatia o mecanismo de restituição às famílias de baixa renda de parte do ICMS cobrado sobre produtos da cesta básica, além da simplificação tributária e da redução das alíquotas nas compras internas. Por outro lado, expressa preocupação com o impacto do aumento da alíquota (3% para 3,5%) e da base contributiva do IPVA, da taxação dos insumos da produção agrícola e do aumento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD).
Porém, conforme Machado, a federação deverá apresentar alternativas àqueles pontos que não está de acordo e buscar estabelecer um diálogo com os deputados. A taxação da cesta básica e da produção já estão na mira da entidade. Outro aspecto que a Famurs quer que fique mais claro diz respeito à transparência e ao controle social dos fundos que o governo quer implementar.