Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 24 de Julho de 2020 às 20:48

Presidente do Banco do Brasil entrega pedido de renúncia a Guedes e Bolsonaro

A decisão foi comunicada em fato relevante apresentado ao mercado

A decisão foi comunicada em fato relevante apresentado ao mercado


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou nesta sexta-feira (24) pedido de renúncia ao cargo. A decisão foi comunicada em fato relevante apresentado ao mercado.
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou nesta sexta-feira (24) pedido de renúncia ao cargo. A decisão foi comunicada em fato relevante apresentado ao mercado.
O aviso a investidores afirma que o pedido foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A saída do posto será efetivada a partir de agosto, "em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado".
De acordo com o fato relevante, a decisão foi tomada "entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".
Segundo a nota, sendo aceita a renúncia, a indicação do novo dirigente seguirá o estatuto social do banco, que estabelece que o presidente da instituição é nomeado pelo presidente da República.
Auxiliares de Guedes afirmam que Novaes, que tem 74 anos, demonstrava cansaço e teria feito o pedido para ficar perto da família no Rio de Janeiro.
O anúncio da saída de Novaes do comando do BB foi recebida com surpresa por técnicos da área econômica. Ministros do entorno de Bolsonaro afirmaram, reservadamente, que não haviam tomado conhecimento de que o pedido de demissão aconteceria.
Em reunião fechada no Palácio do Planalto no dia 22 de abril, que veio a público após decisão judicial, Guedes dedicou parte de sua fala para fazer declarações duras em relação ao Banco do Brasil, defendendo sua privatização.
"É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDES e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo", afirmou Guedes.
O assunto sobre a privatização do banco ocorreu ao fim da reunião. Bolsonaro questionou Rubem Novaes, presidente da instituição, se ele não teria nada para falar.
Guedes tomou a palavra e aproveitou para defender a privatização do BB.
"O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: 'bota o juro baixo', ele: 'não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam'. Aí se falar assim: 'bota o juro alto', ele: 'não posso, porque senão o governo me aperta'. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização", defendeu o ministro.
Ao longo da conversa, Novaes falou sobre a importância da instituição na agriculta, mas depois foi estimulado pelo chefe da equipe econômica a defender a privatização do banco. Guedes pediu que o presidente do BB "confesse seu sonho" sobre o tema.
Bolsonaro, reticente à agenda privatista, interrompeu e disse, na ocasião: "Faz assim: só em 2023 cê confessa, agora não".
A gestão de Novaes se envolveu em uma polêmica em abril de 2019. Na ocasião, acatando a um pedido de Bolsonaro, ele demitiu um diretor do banco e mandou retirar do ar uma campanha publicitária dirigida ao público jovem com atores que representavam a diversidade racial e sexual.
A peça publicitária, voltada para o público jovem, trazia entre seus personagens uma transexual. Bolsonaro assistiu o comercial, desaprovou a proposta e determinou sua suspensão.
Em outro episódio que gerou controvérsia, Logo que assumiu o posto, Novaes nomeou como um de seus assessores pessoais Antônio Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. Rossell Mourão era funcionário do banco há duas décadas, metade na área de agronegócio. Com a promoção, triplicou o salário para cerca de R$ 37 mil. A função equivale a um cargo de executivo.
A decisão gerou desconforto na cúpula do governo, segundo relatos. Para integrantes da equipe ministerial, a escolha divergia da conduta defendida por Bolsonaro, durante a campanha presidencial, de acabar com privilégios.
Folhapress
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO