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Política

- Publicada em 22 de Junho de 2020 às 20:07

Banrisul vai patrocinar 200 lives de músicos gaúchos devido à pandemia

Edital foi anunciado em videoconferência com deputados, músicos e representantes do banco; um dos critérios de seleção é controverso: o número de seguidores nas redes sociais.

Edital foi anunciado em videoconferência com deputados, músicos e representantes do banco; um dos critérios de seleção é controverso: o número de seguidores nas redes sociais.


Joel Vargas/Agência ALRS/JC
Marcus Meneghetti
O Banrisul vai patrocinar até 200 lives de músicos gaúchos, por conta da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul. O edital para selecionar os artistas cujas transmissões ao vivo serão patrocinadas foi lançado nesta segunda-feira (22). O anúncio foi feito pelo diretor do banco do Estado, Osvaldo Lobo Pires, durante uma reunião virtual entre deputados estaduais e representantes da classe artística.
O Banrisul vai patrocinar até 200 lives de músicos gaúchos, por conta da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul. O edital para selecionar os artistas cujas transmissões ao vivo serão patrocinadas foi lançado nesta segunda-feira (22). O anúncio foi feito pelo diretor do banco do Estado, Osvaldo Lobo Pires, durante uma reunião virtual entre deputados estaduais e representantes da classe artística.
Conforme o edital, que está disponível no site do Banrisul, os projetos escolhidos devem ser transmitidos entre 14 de agosto e 31 de outubro. O prazo para inscrever um projeto vai até 1 de julho. O valor destinado a cada live é de R$ 3,5 mil, o que pode totalizar até R$ 700 mil em apoio financeiro à classe artística do Rio Grande do Sul.
Entretanto, o critério de seleção é um tanto quanto controverso, por não ser baseado em aspectos artísticos. Conforme o edital, “serão selecionados os 200 projetos, cujos proponentes tiverem, somados, o maior número de seguidores em suas redes sociais (Instragam e Facebook) e de inscritos no canal do Youtube”.
O problema é que os músicos com mais seguidores nas redes sociais costumam ser os mais famosos, com maiores rendimentos e mais consolidados economicamente. Os artistas menores tendem a ter menos seguidores no Facebook, Instagram e Youtube. Por isso, teriam menos chances de serem contemplados com o patrocínio.
Na videoconferência com os deputados, o diretor do Banrisul informou que a iniciativa pretende assegurar, no mínimo, dez vagas para projetos inscritos em cada uma das regiões do Estado (Alto Uruguai, Centro, Fronteira, Leste, Noroeste, Serra, Sul e Porto Alegre). Portanto, o número de artistas selecionados deve variar de 80 a 200.
Entretanto, o Rio Grande do Sul tem um número muito maior de músicos. O vocalista da Banda Rota Luminosa, Marconi Voss, participou da reunião virtual, representando a União das Bandas de Baile. Ele relatou que o Estado tem cerca de 2 mil bandas de baile e grupos de música regionalista (sem considerar outros gêneros musicais). As bandas de baile gerariam em torno de 40 mil empregos, conforme Voss.
Apesar do grande número de bandas, o vocalista ponderou que apenas 300 ou 400 grupos têm CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), ou seja, registro como empresa. Isso dificulta a comprovação de renda e garantias para a obtenção de crédito junto aos bancos. Dificulta também o acesso a editais.
A crise do setor cultural, causada pelo isolamento social decorrente da Covid-19, foi bastante discutida na Comissão Especial da Cadeia Produtiva da Música e da Cultura Gaúcha, presidida pelo cantor e deputado estadual, Luiz Marenco (PDT). A pandemia suspendeu praticamente todos os eventos culturais no Estado, de onde os artistas tiram o seu sustento.
“Sem dúvida o edital ajuda, mas só ele não basta. É preciso avançar mais, porque ele não atenderá as mais de 24 mil pessoas vivem da cadeia produtiva da música no Rio Grande do Sul. As lives vão representar um alivio para 200 artistas ou bandas, mas não beneficiarão os que mais precisam nem ajudarão a manter os 15 mil empregos com carteira assinada que a música gera no estado”, analisou Marenco.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP), disse que “o setor de eventos, que gera muitos empregos diretos e indiretos, paralisou imediatamente, desde o início da pandemia. As lives ajudam a enviar algum apoio aos artistas, mas é preciso linhas de crédito”.
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