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Política

- Publicada em 16 de Junho de 2020 às 16:26

Em recado a Bolsonaro, Congresso vai retomar votação de vetos presidenciais

Sessão para apreciar os vetos do presidente será realizada na quarta

Sessão para apreciar os vetos do presidente será realizada na quarta


LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Após embates de Jair Bolsonaro com os Poderes Judiciário e Legislativo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou para esta quarta-feira (17) a retomada das sessões do Congresso, mesmo que de forma remota, para a votação de vetos presidenciais.
Após embates de Jair Bolsonaro com os Poderes Judiciário e Legislativo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou para esta quarta-feira (17) a retomada das sessões do Congresso, mesmo que de forma remota, para a votação de vetos presidenciais.
Depois de duas semanas de espera, e com a MP 936 com votação prevista ainda para esta terça-feira (16), Alcolumbre avisou que a sessão para apreciar os vetos do presidente será realizada na quarta. A sessão será feita de forma virtual.
Na fila, há 26 vetos de Bolsonaro à espera de apreciação do Congresso - e pelo menos 20 devem ser apreciados nesta quarta. Entre os mais polêmicos está o que prevê reajustes aos servidores públicos, congelados até o fim de 2021 em contrapartida ao apoio a estados e municípios durante a pandemia da Covid-19.
Apesar de ter feito o papel de apaziguador em momentos de maior estridência do embate com o Executivo, Alcolumbre está sendo pressionado pelos parlamentares a tomar decisões mais duras contra Bolsonaro.
Para que um veto seja derrubado pelo Congresso, são necessários, no mínimo, 257 votos de deputados (de um total de 513) e 41 de senadores (de um total de 81).
"O Davi tomou a decisão de tentar contornar a crise, mas ele não pode ficar agindo em defesa apenas. Ele precisa, dentro do possível, colocar matérias polêmicas em votação e o veto é uma delas", disse o líder do PSD, Otto Alencar (BA).
Diante da insatisfação de parlamentares, Alcolumbre procurou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a fim de articular a retomada das sessões do Congresso.
Parlamentares acreditam que a ação conjunta de Alcolumbre e Maia deva servir como uma espécie de recado a Bolsonaro. O presidente chegou a participar de atos em que os manifestantes gritavam "Supremo é o povo" e "Abaixo a ditadura do STF".
No dia 31 congressistas foram chamados de corruptos. "O melhor recado para uma tentativa frustrada de ditador são as instituições democráticas funcionarem. A gente tem de fazer o que tem de ser feito. Vamos fazer a instituições funcionaram. Não tem recado melhor de ser dado", disse o líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP).
O reajuste dos servidores, um dos vetos a ser analisado, foi aprovado na Câmara dentro do projeto que destinou ajuda financeira aos estados e municípios para o combate à pandemia causada pelo novo coronavírus.
Ele foi arquitetado por líderes governistas, que se uniram a parlamentares da oposição e do centrão para afrouxar a regra da equipe econômica. O reajuste foi chancelado pelo Senado, mas vetado por Bolsonaro.
Paulo Guedes (Economia) defendia a suspensão dos reajustes a servidores até o fim de 2021 como forma de que esses trabalhadores também sejam afetados pela crise econômica causada pelo novo coronavírus. Além disso, ficou vedado ampliar despesas obrigatórias, como aumentar o quadro de funcionários públicos.
A medida de ajuste fiscal foi uma contrapartida para a ajuda a governadores e prefeitos na pandemia. Com isso, o valor das transferências diretas a governadores e prefeitos ficou em R$ 60 bilhões, a serem pagos em quatro parcelas que saem direto do caixa do Tesouro e vão para o caixa dos governos regionais.
Outro veto que os parlamentares querem colocar em votação é o que prevê a liberação de R$ 8,6 bilhões para estados, Distrito Federal e municípios comprarem equipamentos e materiais de combate ao novo coronavírus.
O dinheiro estava em um fundo gerido pelo Banco Central e que foi extinto por meio de uma MP (Medida Provisória). O fim do fundo foi pedido pela equipe do ministro Paulo Guedes, que queria usar os recursos para reduzir a dívida pública.
O Congresso mudou o destino do dinheiro para o enfrentamento da pandemia, mas Bolsonaro vetou. "O presidente da República, mais uma vez, mostra falta de sensibilidade para o atendimento e o combate a esse vírus no nosso país", criticou a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA).
No Senado, outro veto que ganha força para ser derrubado é o reduziu as categorias beneficiadas pelo auxílio emergencial de R$ 600. Motoristas de aplicativos, pescadores, diaristas e ambulantes de praia estão entre as categorias que ficaram sem o recurso no período da pandemia.
Apesar da mobilização, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO) diz acreditar que o governo vá conseguir manter o veto. "Não podemos sofrer por antecipação. O histórico do governo é de ganhar muito mais do que perder."
Folhapress
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