A Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs) foi mais uma entidade judaica a manifestar repúdio contra o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo. Em nota, a Firs criticou o comentário do ministro, que comparou o isolamento social para combater o novo coronavírus com o Holocausto.
"A fala é inescusável, ilógica e incoerente, visto que não há comparação possível entre uma medida necessária para combater uma pandemia e um lugar de perseguição contra judeus, que culminou com o extermínio de mais de 6 milhões de pessoas na Europa", diz determinado trecho da manifestação da entidade.
Ernesto Araújo fez a comparação em um texto publicado no seu blog pessoal, no dia 22 de abril. Na matéria, o chanceler brasileiro critica um livro escrito pelo filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Zizek. Outras entidades como o Instituto Brasil-Israel, Confederação Israelita do Brasil e o Comitê Judeu Americano, dos Estados Unidos, também manifestaram descontentamento.
A relação institucional entre Brasil e Israel ganhou força com a proximidade entre Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Representantes da mesma ala ideológica, ambos são líderes que representam a ascensão da extrema-direita na política internacional.