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Política

- Publicada em 09 de Março de 2020 às 08:54

Bolsonaro diz que autoridade americana determinou número de jornalistas em jantar com Trump

O presidente Jair Bolsonaro comentou, durante uma entrevista à emissora Record, a exclusão da Folha de S.Paulo da cobertura de um jantar feito com o presidente americano Donald Trump, na noite desse sábado (7), na Flórida, nos EUA.
O presidente Jair Bolsonaro comentou, durante uma entrevista à emissora Record, a exclusão da Folha de S.Paulo da cobertura de um jantar feito com o presidente americano Donald Trump, na noite desse sábado (7), na Flórida, nos EUA.
Questionado se ele havia excluído a Folha da equipe de cobertura, o presidente respondeu: "Quem determina o número de agentes é o dono do evento e quem é o dono do evento foi a autoridade americana". O governo brasileiro selecionou 15 jornalistas para participar da cobertura do jantar. O governo americano, por sua vez, foi responsável apenas por indicar quantos profissionais poderiam entrar em Mar-a-Lago, mas não quais seriam os veículos participantes - a Casa Branca deixou claro que essa era uma prerrogativa do Planalto.
Dos veículos brasileiros que possuem correspondentes nos EUA, somente a Folha ficou de fora do grupo.
A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) afirmou que o critério utilizado para a formação da lista dos profissionais que iriam a Mar-a-Lago, onde aconteceu o jantar, era o veículo fazer a cobertura diária do Planalto. A Folha tem dois ou mais repórteres responsáveis por cobrir o Planalto todos os dias. A BBC Brasil e a AFP, por sua vez, não possuem jornalistas em tempo integral na cobertura da Presidência e estavam no grupo escolhido para acompanhar o jantar.
De início, outras explicações haviam sido dadas à reportagem da Folha de S.Paulo: segundo uma integrante da Secom, o governo americano havia pedido a lista de profissionais muito em cima da hora, e o Planalto enviara os dados que chegaram primeiro.
O governo americano conferiu 13 credenciais a veículos brasileiros escolhidos pela equipe de Bolsonaro, entre eles as emissoras de TV Globo, Record, Band, EBC e SBT, as agências de notícia Reuters e AFP, a rádio Jovem Pan, os portais BBC Brasil e Metrópoles e os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.
A correspondente da BBC Brasil em Washington também não havia sido contatada pelo Itamaraty, porém, neste caso, foi incluída na lista após solicitar a participação no grupo.
O presidente Jair Bolsonaro postou, por volta das 21h deste sábado (7), em sua página no Facebook, uma imagem reproduzindo o título da reportagem na qual a Folha noticiou ter sido excluída da cobertura de seu jantar com o presidente americano, Donald Trump.
A Folha divulgou a seguinte nota sobre o episódio: "A Presidência mais uma vez discrimina a Folha de S.Paulo, o que já se tornou um método de perseguição. O jornal continuará cobrindo esta administração de acordo com os padrões do jornalismo crítico e apartidário que o caracteriza e que praticou em relação a todos os governos."
Diversas entidades, entre elas a ANJ (Associação Nacional de Jornais), criticaram a exclusão da Folha da cobertura. O presidente da ANJ, Marcelo Rech, manifestou-se dizendo que o órgão "lamenta e condena a discriminação do Palácio do Planalto contra a Folha de S.Paulo. A Presidência da República deveria se pautar pela atuação de forma impessoal, como exige a Constituição brasileira, sem favorecimentos ou perseguições a veículos de comunicação e jornalistas".
Em entrevista a humorista, presidente reclama de cobertura negativa No programa Domingo Espetacular exibido neste domingo (8), também na Record, o humorista Carioca (Márvio Lúcio dos Santos Lourenço), entregou a Bolsonaro uma edição impressa da Folha, após ouvir do presidente que ele não lia jornais.
Folhapress
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