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Política

- Publicada em 01 de Março de 2020 às 20:35

Bolsonaro privilegia gasto militar no primeiro ano de governo

Jair Bolsonaro tem um dos governos mais militarizados da história

Jair Bolsonaro tem um dos governos mais militarizados da história


ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
No primeiro ano de governo do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro, o Ministério da Defesa foi privilegiado com o maior reforço de orçamento. A pasta encerrou 2019 gastando R$ 6,3 bilhões a mais do que havia sido previsto inicialmente. Três outras pastas superam a Defesa em ampliação, mas são casos extraordinários.
No primeiro ano de governo do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro, o Ministério da Defesa foi privilegiado com o maior reforço de orçamento. A pasta encerrou 2019 gastando R$ 6,3 bilhões a mais do que havia sido previsto inicialmente. Três outras pastas superam a Defesa em ampliação, mas são casos extraordinários.
Economia e Cidadania reuniram sob seu orçamento diversas pastas, e pelos cofres de Minas e Energia passaram os recursos oriundos do leilão de cessão onerosa do petróleo - o que não significa gasto.
A melhor situação financeira foi acompanhada de outras vitórias dos militares, como o protagonismo dentro do governo e a aprovação de uma reforma previdenciária e de carreira próprias, pleitos de duas décadas.
Com 8 de 22 ministros oriundos das Forças Armadas, Bolsonaro tem um dos governos mais militarizados da história. Após um período de baixa no embate com a ala ideológica, que gira em torno dos filhos do presidente, o grupo militar na administração ganhou renovado fôlego com a entrada do general Walter Braga Netto na Casa Civil.
O orçamento de Defesa em 2019 registrou R$ 109,9 bilhões em gastos, segundo o Siga Brasil, sistema de acompanhamento de receitas e despesas federais do Senado. Isso coloca a pasta como a quarta maior em termos de verbas.
O valor é 10,9% maior do que no ano anterior e provavelmente é um dos maiores da história em termos nominais - a base do Siga Brasil só tem dados comparáveis até 2001. Neste século, contudo, o gasto militar tem sido quase constante em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB). O maior salto ocorreu em investimentos, de R$ 9,5 bilhões para R$ 15,9 bilhões, ou 14,5% do orçamento total.
Não é muito perto do registrado por nações avançadas no campo militar, como EUA (29%), mas é mais que os 11,8% registrados em 2018, já em valores corrigidos pelo IPCA. É o maior valor destinado a investimentos do orçamento total da União, 28%.
Já a fatia de despesas com pessoal segue a tendência histórica de dominar o gasto militar: 73,3% foram para a rubrica, ou R$ 80,5 bilhões. Desse valor, R$ 47,7 bilhões são destinados aos inativos militares, inclusive o pagamento de pensões. "Somos um anão militar por conta da pequena fatia do gasto em defesa aplicada em investimentos. Portanto, há um problema estrutural com o orçamento de defesa", escreveu Octavio Amorim Neto, professor da Fundação Getúlio Vargas, na edição mais recente do "Boletim Macro" do Instituto Brasileiro de Economia.
Já custeio consumiu R$ 13,4 bilhões em 2019, invertendo sua posição no ranking com os investimentos. O gasto militar brasileiro tem se oscilado, nos últimos anos, em torno do 1,5% do PIB - em 2019, foi, 1,51%.
É um valor compatível com níveis europeus, onde a meta da Otan (aliança militar ocidental) é um dispêndio de 2% do PIB com defesa, mas por lá os inativos não entram na conta final. No ranking mais respeitado do ramo, o do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres, o Brasil aparece em 11º lugar em gasto bruto com seus militares.
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