O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), descartou a adoção de subsídio bancado pelo Tesouro municipal para baixar o valor das passagens.
Ao vistoriar as obras do trecho 3 da Orla do Guaíba, na manhã desta quarta-feira (5), Marchezan disse que não há margem no caixa municipal para assumir o custo. Capitais como São Paulo, Curitiba e Florianópolis subsidiam a passagem para manter o valor mais acessível aos usuários.
"A nossa busca foi por alternativas de diminuição da carga tributária e de despesas e de um subsídio cruzado como o mundo moderno está buscando. Se estamos corrigindo o déficit de 20 anos e se há alternativas que outras cidades já utilizam, realmente não está nos nossos planos fazer isso", justificou o prefeito.
Diante da primeira derrota do pacote de medidas na Câmara de Vereadores, que rejeitou a redução gradual dos cobradores dos ônibus, Marchezan Júnior afirmou que espera "bom senso" dos partidos para a votação dos demais projetos. Não há previsão
de quando as outras propostas vão entrar em pauta.
Marchezan também criticou a
manifestação de prefeituras e entidades sobre o pedágio que atingiria os ônibus da Região Metropolitana e também veículos em geral. Segundo o chefe do Executivo da Capital, a preocupação das prefeituras vizinhas deveria se voltar, também, ao alto custo que a população paga às empresas das próprias cidades para se deslocarem diariamente a Porto Alegre, e não só ao transporte individual.
"Empresas da Região Metropolitana têm 1,5 mil ônibus que transportam os mais pobres da região e que pagam de R$ 20,00 a R$ 25,00 para entrar e sair de Porto Alegre. Como esse recurso vai para as empresas, não houve pressão para isso mudar", criticou. "Não é o mercado e muito menos o ano eleitoral que vão pautar as ações da prefeitura de Porto Alegre", finalizou o prefeito.
O projeto de mobilidade do governo municipal, chamado pacote Transporte Cidadão,
pretende reduzir as tarifas para R$ 2,00 a partir de cinco ações: o fim da taxa de gestão da Câmara de Compensação Tarifária (CCT), criação de uma tarifa para os transportes por aplicativos, pedágio para entrada em Porto Alegre e redução dos cobradores nos ônibus. Somente este último projeto chegou a ser votado na Câmara e não há previsão para novas tramitações.