A Câmara Municipal de Caxias do Sul deu posse, na manhã desta quinta-feira, ao novo comando do Poder Executivo, após a cassação do mandato do prefeito Daniel Guerra (Republicanos) em 22 de dezembro do ano passado. Ele foi cassado com votos de 18 vereadores por infrações político-administrativas.
A única chapa inscrita, formada por Flavio Cassina (PTB), para prefeito, e Edio Elói Frizzo (PSB), para vice-prefeito, recebeu 19 votos favoráveis na eleição indireta, um fato histórico na política local. Outros três vereadores votaram contra a escolha. Não votou o presidente em exercício, Paulo Périco (MDB), que só o faria em caso de empate. Os novos mandatários ficam à frente do Executivo de Caxias do Sul até o dia 31 de dezembro.
A sessão extraordinária ocorreu no Teatro Pedro Parenti, na Casa da Cultura, em decorrência de problemas com energia elétrica, no prédio da Câmara Municipal. Mais de 150 pessoas prestigiaram o ato.
Em manifestação antes da votação, Frizzo contestou eleitores e setores da comunidade que definem o impeachment como golpe. Segundo ele, no sistema presidencialista, este é o procedimento legal para o impedimento de gestores corruptos ou que administram mal. Cassina, por sua vez, reafirmou compromisso de promover um governo de coalizão, tendo nos vereadores os principais interlocutores. "Vamos fazer o possível para deixar uma caminho sólido para a próxima gestão", enfatizou, reforçando a decisão do diálogo com toda a comunidade. Aos 72 anos, ele se torna o prefeito mais velho em 129 anos de existência da cidade.
Após a oficialização da posse, os novos gestores seguiram para o Centro Administrativo, onde ocorreu a transferência de cargo. Desde 2 de janeiro, a cidade tinha a gestão interina de Ricardo Daneluz (PDT), eleito para a presidência do Legislativo. Cassina, que era o presidente anterior, ficou à frente do Executivo nos últimos nove dias de dezembro. Esta situação deu-se pelo fato de a cidade estar sem a figura do vice-prefeito desde o final de dezembro de 2018. Ricardo Fabris de Abreu, que protocolou o pedido de impeachment - o sétimo desde o início do governo -, renunciou à função após dois anos de conflitos com Daniel Guerra. Cassina e Frizzo já anteciparam que não concorrerão nas próximas eleições.