A gestão João Doria (PSDB) adiou uma licitação estimada em R$ 850 milhões para a escolha de sete empresas que iriam gerenciar as 75 unidades do Poupatempo do estado. O adiamento foi decidido depois de a proposta receber impugnações que apontavam para facilidades de ação de cartéis, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
A licitação é tocada pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), estatal que nega a possibilidade de ação de cartel. Segundo a empresa, o adiamento se deu "para evitar questionamentos sobre lisura e a idoneidade" do processo. Em duas semanas, foram nove impugnações apresentadas pelo mercado à licitação e mais de 60 questionamentos sobre pontos específicos do edital, que até esta segunda-feira, 6, não haviam sido respondidos.
O Poupatempo, que agrega serviços de emissão de documentos, recursos de multas e uma série de outra atividades, é "vitrine" das gestões paulistas, liderando pesquisas de satisfação com serviço público. "Padrão Poupatempo" é um slogan usado quando gestores públicos querem dizer que determinado serviço é eficiente - na campanha eleitoral, Doria usou esse termo para falar sobre mudanças no atendimento das delegacias.
A nova licitação se fez necessária porque os contratos de gestão atuais vencem no fim deste mês. As empresas vencedoras cuidariam das estruturas dos prédios, limpeza e manutenção. O principal questionamento era de uma impugnação apresentada pela Datasist Informática, empresa de São Caetano do Sul responsável pela gestão duas unidades do Poupatempo.
A decisão de adiar a licitação foi tomada na sexta-feira passada. O novo prazo vence dia 20. As regras da licitação, entretanto, não foram alteradas. A reportagem não conseguiu localizar representantes da Datasist esta segunda para comentar a representação. A Prodesp destacou que a licitação vai ocorrer por meio de pregão eletrônico, modalidade em que todos os lances e registros são públicos e feitos pela internet. O modelo "garante mais transparência, isenção e é reconhecido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) como ferramenta que aumenta a competitividade do processo com a consequente redução de seu custo", afirmou em nota.