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Violência

- Publicada em 27 de Dezembro de 2019 às 03:00

Força-tarefa investigará ataque ao Porta dos Fundos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro criou uma espécie de força-tarefa para investigar o atentado contra o canal de humor Porta dos Fundos. A sede do grupo, na zona sul do Rio, foi atingida por coquetéis molotov na madrugada de terça-feira (24). O caso foi registrado na 10ª DP, onde está sendo tratado como crime de explosão e tentativa de homicídio. A autoria do vídeo em que um grupo se diz autor do ataque ainda está sendo investigada.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro criou uma espécie de força-tarefa para investigar o atentado contra o canal de humor Porta dos Fundos. A sede do grupo, na zona sul do Rio, foi atingida por coquetéis molotov na madrugada de terça-feira (24). O caso foi registrado na 10ª DP, onde está sendo tratado como crime de explosão e tentativa de homicídio. A autoria do vídeo em que um grupo se diz autor do ataque ainda está sendo investigada.
"Houve de fato um perigo grave e concreto contra o segurança, que caracteriza uma tentativa de homicídio", disse o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil do Rio, Fábio Barucke, em referência ao funcionário presente no local no momento do ataque.
Barucke e o delegado titular da 10ª DP, Marco Aurélio de Paula Ribeiro, reuniram-se na manhã desta quinta-feira (26) com o ator João Vicente de Castro, integrante do Porta dos Fundos, para tratar do ataque e de suas possíveis consequências.
"Confiamos totalmente no trabalho da Polícia Civil. O Rio de Janeiro não precisa de mais violência e a gente precisa cortar esse mal pela raiz. O que aconteceu foi um atentado à liberdade de expressão", disse Castro, em breve declaração ao sair da sede da Secretaria de Polícia Civil, no Rio.
Responsável direto pelas investigações, o delegado Ribeiro afirmou que é verídico o vídeo que circulou nas redes sociais em que integrantes do grupo que se autodenomina Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira aparecem mascarados e leem um manifesto enquanto imagens do ataque com coquetéis molotov são exibidas. Sua autoria, entretanto, ainda está sendo investigada. O material está sendo analisado pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
A Frente Integralista Brasileira afirma, em nota publicada em seu site, que repudia a tentativa de associar o movimento ao ataque. A frente diz ainda que desconhece o grupo em questão e que o estatuto da frente proíbe o uso de máscaras para fins de militância. O integralismo é um movimento de extrema-direita, de inspiração fascista, nacionalista e autoritária, pautado na defesa dos valores religiosos e conservadores. Seu lema é "Deus, Pátria, Família".
A filmagem é feita por uma câmera que acompanha a ação. São três os homens que jogam os coquetéis e um que filma. As imagens mostram quatro pessoas no local - dois na moto e dois no carro -, todos homens, e agora o trabalho da polícia é descobrir quem são. Os donos dos veículos serão intimados a depor.
Os policiais em princípio não enquadraram o crime na lei antiterror porque ela prevê uma conduta lesiva à organização da sociedade e ao Estado. "Nos parece que foi um ataque direcionado a uma vítima determinada", explicou o delegado. Se o caso vier a ser considerado terrorismo sua análise seria da competência da Justiça Federal.
A 10ª DP poderá contar com o apoio de todo o aparato da Polícia Civil do Rio, com delegacias como a DRC e Homicídios, além de peritos e da inteligência da corporação. O foco da força-tarefa é frear qualquer iniciativa similar.
"A preocupação da polícia é demonstrar para a sociedade que essa conduta é grave e que eventuais repetições deste comportamento também serão punidas", afirmou Ribeiro. "A polícia vai tomar conta e apurar todas as condutas que impliquem em manifestação de opinião e de expressão religiosa das pessoas", disse Ribeiro.

Canal de humor é criticado por especial de Natal

O canal de humor se tornou alvo de críticas desde o lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. O personagem é surpreendido por uma festa, em que é revelado que ele é Filho de Deus e fora adotado por José e Maria. Um abaixo-assinado online pediu a retirada do programa da Netflix.
No dia 19, a Justiça do Rio negou liminar a um pedido de uma associação religiosa para que o programa fosse removido do site. A decisão afirmou que não havia motivos legais para a remoção. Segundo a Justiça, determinação diferente da sua seria "inequivocamente censura decretada pelo Poder Judiciário".
Em nota, os integrantes do grupo disseram ainda que seguirão em frente, "mais unidos, mais fortes, mais inspirados e confiantes de que o País sobreviverá a essa tormenta de ódio, e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão".

Wilson Witzel afirma repudiar ato de violência

Governador prometeu respostas à sociedade o mais rápido possível

Governador prometeu respostas à sociedade o mais rápido possível


/Philippe Lima/Divulgação/JC
O governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou, no início da tarde desta quinta-feira, que repudia o ataque à sede do Porta dos Fundos e "toda forma de violência ou intolerância". Em agenda no Palácio Guanabara, o mandatário fluminense disse que o caminho correto para buscar a reparação de eventuais danos causados por um conteúdo é o Poder Judiciário, não a violência. "Queremos, no prazo mais rápido possível, encontrar quem são os autores dessa espécie de atentado e dar imediatamente à sociedade as respostas necessárias."