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Política

- Publicada em 11 de Dezembro de 2019 às 03:00

Deputados suspendem honorários à PGE

Deputado estadual Edson Brum, autor do PDL que sustou pagamento de honorários, criticou lobby da categoria

Deputado estadual Edson Brum, autor do PDL que sustou pagamento de honorários, criticou lobby da categoria


CELSO BENDER/AGÊNCIA ALRS/JC
Marcus Meneghetti
Em um raro momento de união entre a oposição e a base aliada, os deputados estaduais aprovaram por unanimidade a suspensão do pagamento dos honorários de sucumbência aos procuradores do Estado. Apesar de a matéria que sustou o pagamento ter sido aprovada por unanimidade, 47 dos 55 parlamentares participaram da votação.

Em um raro momento de união entre a oposição e a base aliada, os deputados estaduais aprovaram por unanimidade a suspensão do pagamento dos honorários de sucumbência aos procuradores do Estado. Apesar de a matéria que sustou o pagamento ter sido aprovada por unanimidade, 47 dos 55 parlamentares participaram da votação.

Honorários de sucumbência são valores pagos pela parte derrotada em um processo judicial em que o Estado sai vencedor. Quem defende o Estado nestas ações são os procuradores da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Eles poderiam receber até R$ 6.900,00 em honorários.

Esses valores começaram a ser pagos em julho, a partir de uma decisão interna da PGE, sem a existência de lei que regulamenta a questão. A legislação federal permite o pagamento dos honorários aos procuradores, desde que seja regulamentado por lei estadual - o que não aconteceu.

Depois da resolução da PGE, um grupo de 42 parlamentares - liderados por Edson Brum (MDB) - protocolou um requerimento para suspender o pagamento dos honorários, através de um Projeto de Decreto Parlamentar (PDL). A matéria levou meses até passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ir ao plenário.

"Enfrentamos, talvez, a maior corporação que já vi em cinco mandatos. Quero reconhecer o trabalho do procurador-geral do Estado (Eduardo Cunha da Costa) pela capacidade de lobby. Fez com que levássemos sete meses para chegar ao plenário, algo que poderia ter acontecido em 30 dias. A categoria que ele representou, fazendo lobby, junto ao governo do Estado e lideranças daqui de dentro, tem que ser respeitada", ironizou Brum - ao comemorar na tribuna a votação da matéria.

Conforme um levantamento feito pela assessoria do deputado Giuseppe Riesgo (Novo), o pagamento de honorários elevou o salário dos procuradores. Em julho, a remuneração média dos procuradores era de R$ 25,3 mil mensais. Em outubro, a renda média atingiu a marca de R$ 26,9 mil.

O relator da matéria na CCJ, Elton Weber (PSB), reclamou da concessão dos honorários "em um momento em que o salário dos servidores está atrasado e que chegam a esta casa uma série de projetos para rever a estrutura e a Previdência do Estado". "Qualquer aumento tem que vir através de projeto de lei, para ser apreciado nesta casa. Não vindo dessa maneira, a Constituição é clara (em vetar)", defendeu Weber - ao ocupar o púlpito para anunciar seu voto favorável.

Um dos poucos parlamentares que criticou o PDL proposto por Brum foi o deputado Eric Lins (DEM), que é procurador do Estado. Em sua conta no Twitter, Lins argumentou que um PDL não pode ser usado para decidir sobre a legalidade ou constitucionalidade de uma medida, como a decisão de pagar honorários de sucumbência.

Para Lins, o PDL será derrubado na Justiça. O parlamentar do DEM chegou a entrar na Justiça contra a votação da matéria, mas seu pedido não foi aceito.

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