No primeiro ano em que as emendas parlamentares de execução impositiva estarão em vigência na Lei Orçamentária Anual da Capital para 2020, que começa a ser votada hoje, os vereadores protocolaram 767 adições obrigatórias à peça formulada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Fora a saúde, destino obrigatório de metade dessas emendas, a Câmara Municipal priorizou as áreas de educação, meio ambiente e assistência social.
A primeira, alvo de 209 emendas que a prefeitura terá obrigação de executar no ano que vem, será destino de R$ 4.575.416,00 dos recursos públicos de Porto Alegre. Mesmo que a educação tenha sido objeto de grande atenção, a média das emendas, de R$ 21.891,95, é baixa.
Por sua vez, a pasta do Meio Ambiente, na média, receberá R$ 69.162,48 para cada emenda protocolada. Foram 58, totalizando o montante de R$ 4.011.424,00 para a secretaria. A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) receberá R$ 2.870.960,00, diluídos em 78 emendas dos parlamentares.
Naturalmente, a Secretaria da Saúde é a que mais receberá recursos impostos ao Executivo pelo Legislativo: serão quase R$ 23,5 milhões oriundos de 261 emendas. Isso ocorre porque a lei aprovada neste ano define que metade dos recursos disponíveis aos vereadores deve ser direcionada à área da saúde. A outra metade tem destinação livre.
A instituição da lei das emendas impositivas garantiu à Câmara Municipal a decisão sobre 0,65% da receita corrente líquida de Porto Alegre a cada ano. No caso de 2020, a previsão é de R$ 7.942.346.184,00. Cada vereador, portanto, poderá elaborar emendas que, no total, não ultrapassem os R$ 1.261.048,00. Essas emendas deverão obrigatoriamente ser executadas pela prefeitura.
O vereador Claudio Janta (SD), por exemplo, decidiu destinar todo o seu montante ao Centro de Referência do Autismo. A vereadora Karen Santos (PSOL), por outro lado, diluiu sua cota em 60 emendas, que vão de R$ 150 mil, para melhoria dos atendimentos no Setor de Isolamento de Tuberculose do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, a R$ 3 mil, para a compra de equipamentos e materiais escolares para a Escola Municipal de Ensino Fundamental Aramy Silva.
A emenda de destinação livre que concentrou mais recursos foi formulada pelo vereador Ricardo Gomes (PP), que aloca R$ 500 mil na Secretaria de Segurança, para a aquisição de armamento, munição e coletes salva-vidas para a Guarda Municipal. A segurança é apenas a nona área priorizada pelo Parlamento da Capital, recebendo R$ 1.174.102,00 em oito emendas. Além das área já citadas, seguem Cultura, Esporte, Serviços Urbanos e a Procuradoria-Geral do Municípios (PGM), nesta ordem.
A Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) aprovou nesta terça-feira um relatório sobre a peça orçamentária, deixando-a apta para ser apreciada hoje. Relator responsável pelo parecer, o vereador Felipe Camozzato (Novo) ficou "feliz ao ver, após analisar cada uma das emendas, que a maior parte delas comtempla demandas populares, que beneficiarão a população de Porto Alegre, com os recursos sendo destinados a entidades reconhecidamente de interesse do cidadão da Capital".