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Política

- Publicada em 13 de Novembro de 2019 às 14:58

'Abriram a porta e nos permitiram a entrada', diz embaixadora de Guaidó no Brasil

María Teresa Belandria acusou a ala de Maduro de ter ferido três pessoas na embaixada

María Teresa Belandria acusou a ala de Maduro de ter ferido três pessoas na embaixada


SÉRGIO LIMA/AFP/JC
A embaixadora María Teresa Belandria, que representa o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse à Folha de S.Paulo que o ingresso de oposicionistas do ditador Nicolás Maduro na embaixada do país vizinho em Brasília só ocorreu a convite de funcionários.
A embaixadora María Teresa Belandria, que representa o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse à Folha de S.Paulo que o ingresso de oposicionistas do ditador Nicolás Maduro na embaixada do país vizinho em Brasília só ocorreu a convite de funcionários.
"Um grupo de funcionários do regime de Maduro decidiu reconhecer Guaidó como presidente legítimo e entregar voluntariamente a sede da embaixada. Abriram a porta e permitiram a entrada", afirmou Belandria nesta quarta-feira (13).
A embaixadora, que recebeu as credenciais do presidente Jair Bolsonaro em junho, disse que seu número dois, o ministro conselheiro Tomás Silva, entrou de forma pacífica no prédio. Segundo Belandria, representantes da diplomacia de Guaidó no Brasil foram avisados de que teriam autorização para entrar na representação diplomática por volta das 4h desta quarta.
A embaixadora disse estar em viagem a Washington, nos EUA, e que só foi avisada sobre o ato ao desembarcar em território americano. De acordo com ela, aliados de Guaidó foram surpreendidos por um grupo de apoiadores de Maduro vivendo no local.
Os relatos feitos por ela são de que não houve tumulto até o amanhecer do dia, mas que, entre 6h e 7h, um representante do governo venezuelano chegou ao local e houve violência, após a polícia militar e o Itamaraty serem acionados.
Ela apontou como responsável pelo início do tumulto o atual adido militar venezuelano, Manuel António Barroso, aliado de Maduro. Segundo Belandria, por volta das 7h, o embaixador cubano no Brasil chegou ao local acompanhado de movimentos sociais e de cidadãos brasileiros. Ela acusa a ala de Maduro de ter ferido três pessoas da embaixada.
"Os fatos são que um grupo decidiu trabalhar conosco, outros se negaram, como Manuel Barroso, e infelizmente a violência partiu deles", disse.
Belandria afirma que apoiadores de Guaidó estão em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil que auxiliam na resolução do impasse. Ela diz ter proposto aos que não estejam de acordo com sua gestão que deixem o local com a garantia de que não serão expulsos para a Venezuela.
Questionada sobre a entrada na Venezuela coincidir com o início da Cúpula dos Brics - que tem entre seus integrantes Rússia e China, aliados de Maduro -, ela diz que não pode fazer especulações.
"Não posso especular. Interessa-me o que acontece com a embaixada, e nós oferecemos aos funcionários que não querem trabalhar com Guaidó que não vamos pedir que os expulsem nem têm de voltar à Venezuela. Mas nada os convenceu. Oferecemos: trabalhem com a gente, não querem? Podem sair e não serão expulsos."
O embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez, nega a participação de diplomatas cubanos no conflito da embaixada venezuelana. Em vídeo distribuído pelas redes sociais, ele diz que tentaram envolver o encarregado de negócios de Cuba no Brasil nos atos desta quarta. "Os diplomatas cubanos respeitam escrupulosamente a letra e o espírito da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas da mesma forma que solicita que as mesmas sejam respeitadas", disse o embaixador.
Talita Fernandes para Folhapress
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