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Partidos

- Publicada em 22 de Outubro de 2019 às 03:00

Reviravolta no PSL torna Eduardo Bolsonaro líder

Ex-líder da legenda, Waldir também recuou de suspensão de deputados

Ex-líder da legenda, Waldir também recuou de suspensão de deputados


/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/JC
Em nova reviravolta dentro do PSL, o deputado Delegado Waldir (GO) decidiu, nesta segunda-feira (21), entregar o cargo de líder do partido na Câmara, após dias de disputa e troca de acusações com a ala da sigla ligada ao presidente Jair Bolsonaro.
Em nova reviravolta dentro do PSL, o deputado Delegado Waldir (GO) decidiu, nesta segunda-feira (21), entregar o cargo de líder do partido na Câmara, após dias de disputa e troca de acusações com a ala da sigla ligada ao presidente Jair Bolsonaro.
Com isso, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, foi anunciado como novo ocupante do posto e teve seu nome confirmado pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Segundo a secretaria, a ala bolsonarista do PSL conseguiu coletar 32 assinaturas em apoio de Eduardo. Desse total, três eram repetidas e uma não conferiu, o que significa que 28 assinaturas foram consideradas válidas -eram necessárias pelo menos 27.
O que parecia ser uma trégua em meio ao racha na legenda, porém, durou pouco.
A ala ligada ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse ter feito um acordo com o Palácio do Planalto, mas se disse traída posteriormente. Com isso, ameaça nova disputa pela liderança do partido na Casa.
Apesar da confirmação no posto, Eduardo Bolsonaro não quis se proclamar o novo líder do partido antevendo a "sucessão de listas", como já ocorreu na semana passada. O filho 03 do presidente também negou haver um acordo entre Bivar e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para que não fosse apresentada uma lista com o nome dele para o posto.
A confirmação pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados correu pouco depois de Waldir entregar o cargo.
A desistência do deputado de ocupar o posto foi anunciada por meio de um vídeo gravado por ele na manhã desta segunda-feira e divulgado por sua assessoria de imprensa.
"Venho a público fazer um esclarecimento, o meu partido, o PSL, decidiu retirar a ação de suspensão de cinco parlamentares e aceitamos democraticamente que foi feita por parlamentares. Já estarei à disposição do novo líder para de forma transparente passar para ele toda a liderança do PSL", disse o deputado.
Ao falar que as suspensões foram desfeitas, Waldir se refere à decisão tomada na semana passada pelo comando do partido. O deputado, que na semana passada foi gravado dizendo que poderia implodir o presidente, não faz nenhuma menção direta ao seu nome, mas manda um recado para o Palácio do Planalto ao dizer que o Poder Executivo não pode interferir no Legislativo.
 

Eduardo destitui vice-líderes da sigla na Câmara

Mergulhado em uma nova guerra de listas, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) destituiu, nesta segunda-feira, todos os 12 vice-líderes do PSL na Câmara, em uma degola que atinge nomes ligados principalmente ao presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Eduardo se reuniu na tarde desta segunda com outros oito parlamentares bolsonaristas - Aline Sleutjes (PR), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR), Sanderson (RS), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF), Coronel Armando (SC) e Chris Tonietto (RJ).
Mais cedo, Eduardo foi confirmado na liderança da legenda pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM). A ala bivarista, no entanto, ainda tenta devolver o posto a Delegado Waldir (GO).
Com a destituição de Waldir, nenhum outro parlamentar além de Eduardo estaria autorizado a falar em nome do PSL na Câmara. A intenção da ala bolsonarista é centralizar no filho do presidente as decisões e orientações do partido na Câmara. Esse é um papel que cabe ao líder e, em sua ausência, aos vice-líderes.
Os nomes dos novos vice-líderes devem ser apresentados nesta terça, caso a guerra de listas termine -além da lista com o nome de Eduardo, a ala bivarista protocolou uma relação com 28 nomes que ainda precisa ser verificada pela SGM. Caso todas as assinaturas sejam conferidas e validadas, Waldir retomaria o posto, pois o critério utilizado é lista com o apoio de metade dos deputados do partido mais um.
Na lista de vice-líderes destituídos há pelo menos um nome ligado a Bolsonaro -o do deputado Daniel Silveira, que se infiltrou em uma reunião da ala bivarista para expor o movimento contrário ao presidente. A maioria dos vice-líderes, no entanto, é ligada a Bivar, como Júnior Bozzella (SP), Nelson Barburdo (MT) e Joice Hasselmann (SP).

Bate-boca foi 'exacerbado', diz presidente em visita ao Japão

Em sua chegada ao Japão, em viagem de mais de dez dias que fará pelo continente asiático, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira que tem havido um "bate-boca exacerbado" no PSL e que o "bem vencerá o mal" na crise interna de seu partido.
Em uma caminhada pela região central de Tóquio, o presidente avaliou que a maioria dos integrantes da legenda é "novo na política" e que nunca viu em "lugar nenhum do mundo" um linguajar como o usado nas troca de ataques entre integrantes da sigla nas últimas semanas.
"A maioria no PSL é novo na política. É muito isso que está acontecendo no PSL. Novato chega e acha que sabe de tudo. Eu passei 28 anos ali (na Câmara dos Deputados) sem um cargo (no Poder Executivo). Problemas eu tive lá dentro, mas sem chegar ao nível que um parlamentar chegou agora, com linguajar que nunca vi em lugar nenhum do mundo", disse.
Perguntado, Bolsonaro afirmou que ainda não definiu se sairá do PSL. Segundo ele, "tem de ver com o tempo". Ele negou que os embates com integrantes da legenda o tenham deixado magoado. "As coisas acontecem. É igual uma ferida, cicatriza naturalmente", disse. "Entre mortos e feridos, todo mundo vivo", acrescentou.