O vereador licenciado André Carús (MDB), presidente da sigla municipal, deixou a prisão na Cadeia Pública, antigo Presídio Central, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (10).
Carús ficou nove dias preso suspeito de envolvimento em esquema de retirada de empréstimos consignados por servidores municipais sob pretexto de tratamento de saúde. A Polícia Civil investiga irregularidades há mais de um ano. Um assessor do vereador licenciado continua preso.
A liberação de Carús foi pedida pela própria Polícia, mas sob uma lista de condições solicitadas pela investigação e acatadas pela Justiça, as chamadas medidas cautelares diversas de prisão. O delegado Otto Max Ritter, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), explicou que entendeu que não era o caso de manter o político preso. "Saiu sob muitas restrições", reforçou Ritter. A opção poderia ser solicitar nova temporária (que seria a terceira) ou preventiva.
Uma delas é que ele não poderá reassumir a vaga na Câmara de Vereadores, da qual se licenciou ainda na semana passada, após o caso vir à tona, enquanto durarem as investigações. O delegado diz que não há prazo para conclusão, pois há muitos materiais de mídia e documentos coletados para exame, além de oitivas de testemunhas e tomadas de depoimentos de suspeitos.
As medidas incluem ainda prestar contas de suas atividades à Justiça, entregar o passaporte (que deve ocorrer nos próximos 30 dias), o que impede de sair do País e não se ausentar de Porto Alegre por mais de 30 dias sem ter autorização judicial. Carús também não pode se aproximar de testemunhas e investigados e nem comparecer à Câmara. A prisão temporária do assessor Gerson Fraga vence nesta sexta-feira (11), e o delegado deve definir se vai pedir renovação ou outra medida.
Na terça-feira (8), f
oram presos mais três suspeitos, todos da diretoria da instituição financeira Municred, que era usada para concessão dos empréstimos aos servidores públicos. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados.