Alegando agir para proteger a Operação Lava Jato, a senadora Katia Abreu (PDT-TO) protocolou no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um pedido de remoção do procurador Deltan Dallagnol da coordenação da força-tarefa de Curitiba.
Na peça, a senadora explora o revés imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a ele com a proibição de um fundo da Operação Lava Jato com dinheiro recuperado da Petrobras e os questionamentos à remuneração obtida por Deltan Dallagnol ao longo da operação com a realização de palestras. Kátia Abreu pede que o procurador seja alvo de uma "remoção por interesse público".
"Cumpre desde logo esclarecer que o presente pedido de remoção por interesse público não representa um ato de hostilidade à operação Lava Jato, mas sim uma medida que busca atender ao interesse público e conferir credibilidade à persecução penal conduzida pela força-tarefa", diz a representação. A apuração é do jornal Folha de S.Paulo.
Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo barrou a tentativa da força-tarefa de criar um fundo para custear ações de com dinheiro de multa paga pela Petrobras.
Na ocasião, o ministro afirmou que os integrantes da força-tarefa da Lava Jato "exorbitaram das atribuições que a Constituição Federal delimitou para os membros do Ministério Público" e salientou que as funções da Procuradoria da República "certamente não alcançam a fixação sobre destinação de receita pública, a encargo do Congresso Nacional".