A equipe de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) fez um pedido de demissão coletiva citando "grave incompatibilidade de entendimento" do grupo com uma manifestação do órgão enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação foi em protesto contra a titular da PGR, Raquel Dodge, que encerra seu mandato no próximo mês.
Seis procuradores integrantes da equipe fizeram um comunicado em que avisam a respeito de seus desligamentos. São eles: Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira.
Na carta, eles não detalham os motivos da incompatibilidade, só dizem que a manifestação da PGR ao Supremo foi feita nesta terça. Uma das razões de recente insatisfação do grupo da Lava Jato com a PGR se referia ao acordo de delação premiada do ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro, assinado em dezembro de 2018 e que ainda não havia sido enviado ao STF para ser homologado.
A homologação é necessária para que os relatos de supostos crimes possam robustecer inquéritos e processos em andamento e possibilitem a abertura de novas investigações.
Diante da aparente inércia da PGR, a defesa de Léo Pinheiro chegou a peticionar ao ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, alertando sobre esse caso.