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Política

- Publicada em 03 de Setembro de 2019 às 19:13

Universidades gaúchas têm segundo maior corte de bolsas da Capes

Ufrgs perdeu 180 bolsas no primeiro semestre e ainda verifica os impactos das novas medidas

Ufrgs perdeu 180 bolsas no primeiro semestre e ainda verifica os impactos das novas medidas


UFRGS Portas Abertas/Divulgação/JC
O Rio Grande do Sul tem o segundo maior corte de bolsas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O congelamento, como foi anunciado nessa segunda-feira (2), impede o preenchimento de 725 bolsas em programas gaúchos tocados por universidades públicas e privadas gerando economia de R$ 4,7 milhões aos cofres do governo federal. O corte total é de 5.613 vagas, que envolvem R$ 37,8 milhões.
O Rio Grande do Sul tem o segundo maior corte de bolsas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O congelamento, como foi anunciado nessa segunda-feira (2), impede o preenchimento de 725 bolsas em programas gaúchos tocados por universidades públicas e privadas gerando economia de R$ 4,7 milhões aos cofres do governo federal. O corte total é de 5.613 vagas, que envolvem R$ 37,8 milhões.
São Paulo lidera na perda, com 1.673 bolsas congeladas, ou R$ 11,5 milhões. Por regiões, o Sudeste vem em primeiro lugar, com 2.918 cortes, e depois vem o Sul, com 1.407, portanto as instituições gaúchas respondem por mais da metade da supressão.  
É a segunda leva de cortes em 2019. A primeira foi de maio a julho. As instituições públicas, que já dimensionam o impacto da medida para a produção científica, vêm sofrendo também com contingenciamento de verbas de custeio para pagar conta de luz, compra de materiais como papel higiênico, e segurança. 
As universidades foram surpreendidas pelos novos cortes nessa segunda-feira (2), quando tentaram acessar o sistema da Capes e ele estava fechado, impedindo qualquer atualização, como exclusão e inclusão de bolsista. "Ninguém entra e ninguém sai", disse o pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Celso Loureiro Chaves. "Estava fechado exatamente para não se fazer nenhuma das operações e, ao mesmo tempo, de forma que não se pode obter a real situação de hoje."
A Ufrgs ainda não tem impacto da redução recente. No primeiro semestre, foram perdidas 180 bolsas entre mestrado, doutorado e pós-doutorado. A instituição soma quase mil bolsas de mestrado e doutorado. "A sensação é de desalento com a pós-graduação e pesquisa no Brasil, com consequências que podem, no médio prazo, parar a pesquisa, pois teremos menos alunos", lamenta Chaves.
Sem bolsa, o pró-reitor avalia que muitos candidatos podem decidir não se inscrever nas seleções dos programas por não ter previsão de auxílio. "A bolsa não é prêmio, tem caráter socioeconômico, pois garante a manutenção para a pessoa fazer o curso e sua pesquisa", ressalta. A bolsa de mestrado é de R$ 1,5 mil, de doutorado de R$ 2,2 mil e de pós-doutorado de R$ 4,1 mil. O bolsista não pode ter outra fonte de remuneração com vínculo formal. 
A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) já fala em encerrar programas de pesquisa devido aos cortes. Hoje são quase 150 bolsistas em 12 programas. Os cortes já atingiram 6% do total de bolsas no ano. "Os programas prejudicados têm pesquisas em áreas de desenvolvimento de vacinas, estudos genéticos, doenças crônicas, epidemiologia e saúde mental", informou a UFCSPA.   
A medida “não deixa a universidade confortável", disse o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann, quue projeta que 78 das atuais 1.283 bolsas Capes serão perdidas. Hoje são 4,6 mil estudantes matriculados em 106 cursos de pós-graduação. 
O reitor da Pontifícia Universidade Católica do RS (Pucrs), Evilázio Teixeira, projetou, em nota, "impactos significativos" e com repercussões nos próximos anos nos programas de pós-graduação. "Embora possa parecer um problema exclusivo das universidades, a redução drástica no custeio e investimentos em pesquisa afeta a sociedade brasileira", advertiu Teixeira. 
Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), 34 bolsas serão perdidas com os cortes, sendo 14 bolsas de mestrado, oito de doutorado e 12 de pós-doutorado. O coordenador da Pós-Graduação da UFPel, Rafael Vetromille Castro, definiu o cenário como de "grande incerteza" e que o impacto dos cortes é o mais "negativo possível’’. 
"Há riscos de programas de pós-graduação ficarem sem nenhuma bolsa", previne Castro. “O impacto pode parecer pequeno, mas pesquisas serão interrompidas sem nenhum critério’’, destaca o coordenador. 
O reitor em exercício e pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Joviles Trevisol, projeta que a instituição perderá 15% das bolsas em 15 programas. Ele diz que os cortes anunciados pela Capes “fragilizam os processos formativos em uma área que o Brasil é referência, a pós-graduação’’. Conforme Trevisol, a universidade teve cinco novas bolsas autorizadas pela Capes, porém os cortes levantam dúvidas se elas poderão ser implementadas ou não. 
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