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Relações internacionais

- Publicada em 29 de Agosto de 2019 às 03:00

Para Bolsonaro, crise entre Brasil e França é disputa ideológica

Piñera defendeu auxílio de países, mas com soberania nacional mantida

Piñera defendeu auxílio de países, mas com soberania nacional mantida


/ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
Em mais um episódio do embate entre Brasil e França, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) classificou, nesta quarta-feira (28), o francês Emmanuel Macron como um político de "esquerda". No país europeu, contudo, ele é considerado um centrista liberal que foi eleito com o discurso de unificar a polarização entre esquerda e direta. Em 2017, ele venceu a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.
Em mais um episódio do embate entre Brasil e França, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) classificou, nesta quarta-feira (28), o francês Emmanuel Macron como um político de "esquerda". No país europeu, contudo, ele é considerado um centrista liberal que foi eleito com o discurso de unificar a polarização entre esquerda e direta. Em 2017, ele venceu a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.
Em encontro com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, no qual voltou a fazer ataques ao francês, Bolsonaro disse que tem diferenças com o Macron por sua posição política. "Essa inverdade do Macron ganhou força porque ele é de esquerda e eu sou de centro-direita. Deixo bem claro isso aí para vocês", disse. Na verdade, Bolsonaro, pelas bandeiras políticas que defende, é um político de extrema-direita, segundo cientistas políticos - e não de centro.
Após a declaração, o presidente foi perguntado se Macron não é de centro, como é considerado na França. "Para você, para mim não", respondeu Bolsonaro. "A gente sabe que é de esquerda por causa do comportamento", acrescentou. No passado, Bolsonaro também já disse que o nazismo foi um movimento de esquerda, apesar de historiadores alemães o considerarem de extrema-direita.
O presidente se reuniu com Piñera, no Palácio do Alvorada, para o anúncio do empréstimo de quatro aviões e 40 brigadistas para combater as queimadas na floresta amazônica. Em pronunciamento à imprensa, Bolsonaro afirmou que Macron tem tentando se cacifar perante o mundo com um discurso em defesa da Amazônia. Segundo ele, essa bandeira não é dele, mas do Brasil.
O presidente voltou a dizer que só aceitará a oferta de US$ 20 milhões dos países do G7 se o francês se retratar sobre crítica feita ao brasileiro de que ele é mentiroso. "Quando vocês olham pro tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que US$ 20 milhões é o nosso preço. O Brasil não tem preço. US$ 20 milhões ou US$ 20 trilhões é a mesma coisa para nós", disse.
Após o encontro, Bolsonaro disse que no dia 6 de setembro os presidentes de países da região amazônica irão se reunir em Leticia, na Colômbia, para discutir políticas ambientais.
Piñera defendeu a ajuda financeira, inclusive dos países do G7, para o combate aos incêndios criminosos na região amazônica. Ele ponderou, no entanto, que a soberania dos países sul-americanos precisa ser respeitada.
"A Amazônia do Brasil está sob a soberania brasileira e isso tem de reconhecer e respeitar sempre. Mas é também certo que muitos países querem colaborar com um país amigo e irmão como o Brasil", disse. Segundo ele, cada país saberá que colaboração quer ou não quer receber, mas o esforço de ajudas bilaterais pode crescer e é bem-vindo.
 

Maia recebe carta de ex-ministros do Meio Ambiente

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu uma carta assinada por ex-ministros do Meio Ambiente solicitando ao Congresso a adoção de uma série de medidas emergenciais para o combate ao desmatamento da Amazônia. O documento é assinado pelos ex-ministros José Goldenberg, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, Izabela Teixeira, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Edson Duarte.
A ex-ministra Marina Silva disse que uma das sugestões é para que Maia faça uma moratória com os projetos ambientais que estão tramitando nessa Casa. Ela pede também que seja criada uma comissão especial para audiências públicas. "Para que a gente recupere a governança ambiental", afirmou.
Os ex-ministros querem ainda a recomposição do orçamento do Ministério do Meio Ambiente e a retomada de políticas públicas.

Salles é convidado a explicar ações com Fundo Amazônia

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (28), um convite para que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), compareça em audiência pública no colegiado para explicar as ações da pasta financiadas pelo Fundo Amazônia e a atuação dos órgãos de fiscalização e monitoramento ambiental sobre as providências tomadas para combater o desmatamento e os incêndios na região amazônica. Ainda não há data marcada para a audiência.
Na noite desta terça-feira (27), Salles passou mal e foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para a realização de exames. Ele recebeu alta no meio da tarde, sem sintomas.
 

Câmara e Senado propõem uso de R$ 1 bilhão do fundo da Lava Jato

Após sair de uma reunião no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso do fundo bilionário da Lava Jato em ações para a Amazônia, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), disse, nesta quarta-feira (28), que o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes tentará chegar a um consenso sobre as propostas enviadas nos últimos dias pelo Congresso, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o governador, se não houver consenso, Moraes sinalizou que levará o tema ao plenário do STF.
De acordo com Waldez Góes, a proposta conjunta da Câmara e do Senado é que R$ 1 bilhão, dos R$ 2,5 bilhões do fundo, seja direcionando às questões ambientais. Parte dele, R$ 400 milhões, iriam para os Estados da Amazônia Legal, e outros R$ 600 bilhões ao governo - R$ 200 milhões para o Ministério do Meio Ambiente e R$ 400 milhões para ações na Amazônia, explicou Góes.
 

Governo informa diminuição de focos de incêndio na Amazônia

Inpe registrou aumento de 83% em queimadas de janeiro a agosto

Inpe registrou aumento de 83% em queimadas de janeiro a agosto


/Esio Mendes/Sedam/JC
A Operação Verde Brasil, que reuniu várias agências em torno do combate aos incêndios na Amazônia Legal, registrou diminuição nos focos de incêndio nos últimos dias.
Embora ainda não haja confirmação de tendência de extinção do fogo nos próximos dias, a avaliação do governo até o momento é positiva.
Segundo os dados do Censipam, havia focos de incêndio espalhados e mais intensos, principalmente nos estados de Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão entre os dias 25 e 26 de agosto. Na medição realizada entre estes dias, o mapa de focos de calor mostrou redução, principalmente em Rondônia, onde houve emprego de reforço no efetivo direcionado para combate aos incêndios florestais.
Em Rondônia, o número de focos de incêndio foi reduzido de 400, quando a Operação começou, para 24.
Dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), elaborados a partir de imagens de satélite, mostram que, com 72.843 focos de incêndio do início de janeiro até 19 de agosto, o Brasil já registra um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado.