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Política

- Publicada em 21 de Agosto de 2019 às 23:18

Marchezan é alvo de novo pedido de impeachment

Mônica minimizou fato de denunciante ser filiado ao PP; 'o que importa é o conteúdo' da acusação, alegou

Mônica minimizou fato de denunciante ser filiado ao PP; 'o que importa é o conteúdo' da acusação, alegou


/LEONARDO CONTURSI/CMPA/JC
Diego Nuñez
O quarto pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) sustenta que foram cometidos nove crimes de responsabilidade na atual gestão. A peça foi protocolada nesta quarta-feira (21) na Câmara Municipal, e os vereadores estiveram próximos de votar sua admissibilidade, mas a magnitude do texto, que conta com 194 páginas, inviabilizou a conclusão do processo.
O quarto pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) sustenta que foram cometidos nove crimes de responsabilidade na atual gestão. A peça foi protocolada nesta quarta-feira (21) na Câmara Municipal, e os vereadores estiveram próximos de votar sua admissibilidade, mas a magnitude do texto, que conta com 194 páginas, inviabilizou a conclusão do processo.
Os crimes de que Marchezan é acusado não necessariamente têm relação entre si: nepotismo, descumprimento da lei complementar 810/17 da reforma administrativa, irregularidades no Banco de Talentos, favorecimento ilegal de empresas, descumprimento da Lei Geral dos Táxis, a questão envolvendo as casinhas de cachorro, irregularidades na locação do prédio onde se situa a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, desrespeito a pedidos de informações da Câmara e prática de assédio moral em servidores públicos municipais.
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O autor do pedido de impeachment é Cláudio Francisco Mota Souto, que, durante a sessão, virou alvo de ataques por parte da liderança do governo, numa estratégia para desqualificar as motivações do denunciante. Os representantes de Marchezan no Legislativo acusam Souto de ter motivos pessoais para encaminhar o pedido. Ele é filiado ao PP, partido do vice-prefeito Gustavo Paim, que vem, há meses, em processo de desgaste na relação política com o chefe do Executivo.
O denunciante fez campanha eleitoral para a presidente da Câmara, Mônica Leal (PP), nas eleições de 2018 e é casado com Grace Maria de La Rocha, que era cargo em comissão e foi exonerada da prefeitura há menos de um mês, quando o Executivo desligou 15 nomes ligados ao PP.
Líder do governo, Mauro Pinheiro (Rede) definiu o pedido como um "ato vingativo do PP", e disse que, assim, "toda vez que alguém for demitido da prefeitura, principalmente se for ligado ao PP, vai ter um novo pedido de impeachment". Para Pinheiro, a "Câmara tem sido banalizada" por sua presidente.
Ele e Mônica tiveram ferrenhas discussões durante grande parte da tarde de ontem. Ela deixou a cadeira da Mesa Diretora para afirmar em tribuna - com um tom de voz que jamais antes havia usado enquanto presidente da casa - que os vereadores ligados à situação a tem "atacado incessantemente".
Ela minimizou o fato da filiação partidária do denunciante, afinal "todos os vereadores são filiados a algum partido. Ele fez a minha campanha, mas tanta gente faz... fui a mais votada na chapa do governo" nas eleições de 2016. Para a presidente, "o que importa é o conteúdo do impeachment", e não quem fez a denúncia. "Se não analisar, é conivência, é compactuar" com os possíveis crimes, definiu Mônica.
O debate sobre votar ontem ou não a admissibilidade da denúncia dominou grande parte da sessão. Alguns vereadores, como Claudio Janta (SD), opinavam que o Parlamento "não está preparado para analisar um pedido desse tamanho", e por isso pediu verificação de quórum, encerrando a sessão.
A oposição, porém, pensava o contrário. Segundo o líder da oposição, vereador Roberto Robaina (PSOL), o bloco formado em conjunto com o PT já vinha denunciando alguns dos itens há mais de dois anos. "Dois, pelo menos, já são objetos de denúncias nossas e fartamente conhecidos. As relações da prefeitura com a consultoria Falconi, a Comunitas, e as relações do empresário Michel Costa, que era do conselho administrativo da Carris e diretor da Procempa ao mesmo tempo, com o prefeito Marchezan", exemplificou o vereador.
Alegando conhecimento prévio de alguns crimes denunciados no impeachment, Robaina afirmava que "é uma peça bem fundamentada" e, por isso, passível de ser analisada por uma comissão processante.
A admissibilidade do pedido volta a ser debatida na próxima sessão legislativa, que acontece segunda-feira, às 14h.
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