A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou oito petições ao Supremo Tribunal Federal em que especifica a forma como delatores que fecharam acordos de colaboração premiada na Operação Lava Jato devem efetuar o ressarcimento à União e a outros órgãos públicos lesados.
Encaminhados ao relator do caso, ministro Edson Fachin, os documentos são sigilosos e estão relacionados a colaborações de ex-executivos das empresas Odebrecht e OAS. Somados, os valores acertados a título de multa totalizam mais de R$ 14,7 milhões.
As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria. Em cada um dos casos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) requer a divisão dos pagamentos de maneira que as partes prejudicadas sejam ressarcidas.
De acordo com as solicitações, devem receber os pagamentos, por exemplo, a União, a Petrobras, os estados do Rio e de São Paulo, e os fundos de pensão e investimentos Petros e FI-FGTS. Em algumas petições, a procuradora-geral também requer que sejam estabelecidas cláusulas específicas, como a apresentação, pelo delator, dos extratos das contas por ele controladas.
Ela salienta ainda que "eventual atraso no pagamento importará no vencimento antecipado de todas as parcelas não pagas, na incidência de multa de mora de 20%, na correção do débito pela Selic e na execução das garantias oferecidas".