Em manifestação ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Sérgio Moro, alegou um mal-entendido e disse que jamais ordenou a destruição das mensagens de autoridades obtidas por hackers. A ação dos supostos invasores está sendo investigada no âmbito da Operação Spoofing.
"O material obtido por invasão criminosa de aparelhos celulares de autoridades públicas encontra-se vinculado a inquérito da Polícia Federal, ao qual esta autoridade não tem acesso", disse Moro a Fux. "Esclareço que este ministro da Justiça e Segurança Pública não exarou qualquer determinação ou orientação à Polícia Federal para a destruição do indicado material ou mesmo acerca da sua destinação", continuou Moro, que também disse que "a afirmação de que este ministro teria informado a uma das vítimas que o 'material obtido vai ser descartado' é apenas um mal-entendido".
Moro informou a autoridades que também foram hackeadas que destruiria as mensagens, obtidas de forma ilícita. A assessoria do ministro confirmou, na época, que ele havia dado esse recado nos telefonemas.
A comunicação feita por Moro provocou a reação de ministros do STF. A Polícia Federal também contradisse o ministro e afirmou, na ocasião, que caberia à Justiça, "em momento oportuno, definir o destino do material". O ministro Fux concedeu então uma liminar para determinar que as mensagens apreendidas com os suspeitos de terem hackeado celulares de autoridades - entre elas, o próprio Moro - sejam protegidas. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, tomou decisão no mesmo sentido e requisitou o material apreendido pela Polícia Federal.