Corpo de cacique será exumado e passará por exame

O corpo do índio Emyra Waiãpi, de 62 anos, encontrado no dia 23 de julho, em uma aldeia da Terra Indígena Waiãpi, no Amapá, será exumado nesta sexta-feira (2). Por questões de segurança, o Ministério Público Federal no Amapá não informou o horário exato. O procurador da República Rodolfo Lopes, que acompanha o caso, afirmou que o exame deve durar aproximadamente duas horas.

Nesta sexta-feira, um helicóptero do Grupo Tático Aéreo da Secretaria de Segurança Pública do Amapá vai até o município de Serra do Navio. De lá, uma equipe irá por via terrestre até a aldeia, no Oeste do Amapá, para realizar o transporte do cadáver. A estimativa é de que o corpo chegue ao Instituto de Medicina Legal de Macapá no fim da manhã.

Lideranças indígenas denunciam que o cacique foi assassinado após invasão de garimpeiros. "Ainda não há uma hipótese principal para a morte", declarou Lopes. Na quarta-feira, o procurador da República se reuniu com lideranças Waiãpi, que estavam acompanhadas do senador Randolfe Rodrigues (Rede). Apesar da tradição indígena, a família autorizou a liberação do corpo para os exames.

Os índios relataram que o indígena foi localizado pela esposa em um rio da região. Descreveram que o corpo estava com várias perfurações de faca, com o pescoço amarrado e com os olhos furados.

O Ministério Público do Amapá, com base em dados repassados pela Polícia Federal (PF), disse que, até o momento, não havia vestígios de que a Terra Indígena Waiãpi havia sido invadida por garimpeiros. Os índios contestam a informação e apontam que a equipe da PF não foi atrás das pistas fornecidas por eles que poderiam comprovar a invasão.