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Política

- Publicada em 22 de Julho de 2019 às 03:00

Dallagnol mostra receio com Flávio Bolsonaro

Chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato comentou com procuradores sobre o caso Queiroz

Chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato comentou com procuradores sobre o caso Queiroz


MARIANA CARLESSO/JC
O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, manifestou em mensagens receio de comentar o caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para não desagradar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). As mensagens trocadas entre membros da Lava Jato foram reveladas neste domingo pelo site The Intercept Brasil.
O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, manifestou em mensagens receio de comentar o caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para não desagradar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). As mensagens trocadas entre membros da Lava Jato foram reveladas neste domingo pelo site The Intercept Brasil.
Flávio é investigado no Rio de Janeiro devido a movimentações atípicas suas e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no âmbito da Operação Furna da Onça, que mirava deputados estaduais.
A reportagem deste domingo mostra troca de mensagens entre Dallagnol e colegas em dezembro passado, quando a movimentação financeira de Queiroz veio a público, incluindo um repasse de R$ 24 mil para a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Com o também procurador da Lava Jato Roberson Pozzobon, Dallagnol discute de que maneira deve se pronunciar a respeito. "Não podemos ficar quietos, mas é neste momento um pouco como com RD (Raquel Dodge, procuradora-geral). Vamos depender dele pra reformas... Não sei se vale bater mais forte." A conversa não deixa claro se Dallagnol se refere a Jair Bolsonaro ou a Sérgio Moro, que à época já tinha sido indicado para o Ministério da Justiça e sofria críticas por não se manifestar a respeito do caso Queiroz. Pozzobon responde: "Pois é. Estou na msm dúvida". As mensagens são reproduzidas tal qual aparecem nos arquivos obtidos pelo Intercept, mantendo eventuais erros de digitação e normas da língua portuguesa.
Momentos antes, em chat coletivo com outros procuradores da força-tarefa de Curitiba, Dallagnol havia analisado o impacto do caso Queiroz sobre a Lava Jato e sobre Moro. Disse que certamente seria questionado a respeito do caso Flávio em entrevistas e que não teria como desviar do tema, embora pudesse tratar do assunto em "diferentes graus de profundidade".
"É óbvio o q aconteceu... E agora, José?", escreveu Dallagnol, após enviar o link de uma reportagem na qual Bolsonaro justifica o cheque de R$ 24 mil repassado por Queiroz para Michelle como pagamento de uma dívida pessoal.
"Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho (Flávio) certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos? Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?", disse Deltan, em referência à possibilidade de Moro ser indicado a uma vaga no STF.
O coordenador da força-tarefa destacou que uma possibilidade seria Bolsonaro aparelhar a Procuradoria-Geral da República e especulou sobre qual seria a reação do presidente: "o quanto ele vai bancar a pauta Moro anticorrupcao se o filho dele vai sentir a pauta na pele?".
 
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